quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O Desemprego e a Crise

 
Pesquisa divulgada em O Globo, no domingo, 11/10, aponta que em cerca de 20% dos lares brasileiros, nenhum morador tem emprego.
Olhando alguns estados separadamente, a situação fica ainda mais dramática. No Rio de Janeiro o número é de 23,5%; Pernambuco, 24,5%; e Alagoas chega a 28%.
Em um ano a alta foi de 770 mil pessoas. Até o final de 2015, teremos um milhão de desempregados.
A cada minuto sete demissões ocorrem no país. E as tendências nos dizem que vai piorar. Até o final de 2016, mais 1.000.000 de pessoas estará nas estatísticas de desemprego.
Vivemos uma tempestade perfeita, onde todos os fatores contribuem para um desastre colossal.
A Lava jato paralisou a Petrobras por conta da corrupção. Toda a cadeia produtiva do setor de Petróleo e Gás foi impactada.
O mercado imobiliário está em crise. As construtoras foram apanhadas na Lava Jato e estão todas amarradas ao processo, tendo suas marcas estampadas nas páginas policiais, perdendo valor de mercado e tendo obras suspensas.
A crise política e econômica estancou os investimentos e afastou os investidores internacionais. Ninguém investe.
Os consumidores assustados com a inflação, a alta do dólar e a crise, não estão consumindo, travando o fluxo de caixa de todos os setores.
Ninguém compra, ninguém investe, ninguém contrata, novas demissões são e serão anunciadas. É um processo dinâmico, degenerativo, e que se abastece a todo instante, ampliando seus efeitos.
Entre setembro e dezembro, 14 trabalhadores deverão ser demitidos por minuto.
A incerteza atinge a todas as famílias. Teremos o pior Natal dos últimos 12 anos. O desemprego passará dos 10% no final do ano e se manterá em crescimento ao longo de 2016.
O problema atinge ainda mais os jovens que chegam ao mercado de trabalho. Até o final de 2016 cerca de 2.000.000 de jovens estarão se somando às estatísticas do desemprego. O drama deles aumenta com o descaso com a educação. O sonho da universidade ficará mais distante para muitos.
A inadimplência vem e vai continuar aumentando. As famílias estão torrando suas poupanças e se desfazendo de patrimônio. Neste ano, 53,8 bilhões já foram sacados da poupança. Com a inflação e a alta do dólar o Brasil está mais pobre. Os brasileiros também.
A crise está nas ruas. Basta andar pelas cidades e verificar a quantidade de imóveis com placa de vende ou aluga. É fácil perceber quantos negócios já fecharam este ano. Ao entrarmos em um shopping, verificamos com facilidade como as lojas estão vazias. O marasmo é generalizado.
Nem todos sofrem na mesma proporção, obviamente. Na tragédia criada pelo governo Dilma, os mais afetados são os pobres e a nova classe média. Estes foram devastados com a inflação, o aumento da energia e do gás, dos ajustes decorrentes do combustível, da perda do Fies (fundo de financiamento estudantil criado pelo governo), e por conta do desemprego.
O cenário é ruim e se agrava a cada dia. A presidente está à deriva. Seus assessores são os piores possíveis. Sua ideologia atrapalha muito. A base sindical e social do PT representa o que existe de mais antigo e ultrapassado no mundo moderno. Não há saídas possíveis para o governo Dilma.
A grosso modo, estamos condenados a viver de 2016 a 2018 num processo de destruição acelerado do patrimônio da população, vendo nossas empresas quebrarem ou perderem valor, as condições de vida piorarem dia após dia, a inflação se mantendo nas alturas, assim como a taxa de juros. Não haverá nenhuma perspectiva de melhora.
O contraponto a essa realidade macabra é por fim a este governo, que, em sua essência, já está morto. Dilma não governa, apenas luta para ficar no cargo. O preço é alto demais para o país e para os brasileiros.
É preciso que a sociedade se mobilize para sairmos desta crise. A saída passa pelo afastamento da presidente. Mas isso só não basta. É preciso convocar novas eleições, mas antes disso, é essencial um pacto político, econômico e social para executar medidas emergenciais que tirem o país da crise em que se encontra.
As medidas passam por reduzir o tamanho do estado em 30% dos seus custos atuais; pelo incentivo às privatizações e concessões; pelo uso de parte de nossas reservas para abater a dívida pública; por realizar a reforma da previdência e trabalhista; e por realizar acordos comerciais que possibilitem o aumento das exportações.
Mudar para crescer representará o enfrentamento com diversos setores, em especial os sindicatos e movimentos de esquerda. Mas é preciso coragem para avançar.
O país chegou num momento especial, onde ou fazemos história ou desistimos de vez do Brasil.

Clóvis Faleiro Diretor Executivo, na Tendências - Cultura e Desenvolvimento empresarial

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