quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Exercite a síntese de sua comunicação e pare de perder oportunidades

 Resultado de imagem para comunicação Eu sempre fui muito sensível com as palavras. Talvez porque estudei Letras e uma das disciplinas, estilística, envolvia decifrar o que o eu lírico do autor queria dizer. Analisávamos frase por frase para explicar os motivos de cada trecho estar ali e somado á minha sensibilidade natural, acabei me tornando uma observadora de palavras ditas e escritas, em seu mais profundo sentido.
Para mim sempre fez diferença até mesmo a posição de uma palavra colocada na frase. Por isso eu também sempre gostei de aprender sinônimos, porque alguns deles expressavam melhor o que eu queria dizer.

Não necessariamente eu seja um exemplo de escritora, pelo contrário. Eu apenas gosto de escrever e busco tentar transmitir isso da forma mais verdadeira possível. Até o curso de Letras ficou para trás, porque há muitos anos eu mudei completamente de área. Mas eu preciso confessar que palavras podem mexer comigo sim, porque sou daquelas que lê e relê o que escreveu ou recebeu até ter certeza de que entendeu tudo ou que dizia exatamente o que se queria dizer.

Nos últimos anos dei muitas aulas e palestras e em muitos momentos eu pedi que os participantes ou alunos que estavam comigo se apresentassem. Eu também passei por rodadas de perguntas da plateia e precisei responder ali na lata o que queriam saber. Em ambos momentos, eu sempre fiquei incomodada com falas muito longas e nesse sentido eu vou explicar o motivo. Não se trata de chatice de minha parte, mas de uma teoria que acredito, a de que sintetizar sua comunicação pode aproximá-lo de muitas oportunidades.

Aprenda a se apresentar

No mundo das startups existe algo conhecido como “elevator’s pitch”. Isto é, um discurso de elevador. Ou seja, o que você diria se estivesse em um elevador durante poucos segundos com alguém importante, que de repente poderia se interessar por seu negócio, investir nele, virar parceiro ou cliente.

Vamos pensar na dinâmica, dentro de um elevador não existe muito tempo a perder, é preciso ganhar a atenção rápido. Ainda mais se você estiver diante de alguém que não tem uma vida muito ocupada.
É por isso que o elevator’s pitch sugere etapas e o tipo de informação que você precisa ter na ponta da língua em cada uma delas. É o mesmo processo que podemos conferir em programas de TV como o Shark Tank, no qual pessoas apresentam seus negócios para que investidores se decidam por investir nele ou não.

Para que esse momento dê certo e você passe a mensagem de forma adequada, é preciso filtrar que tipo de informação é realmente relevante. E essa mecânica serve não apenas para pitch’s de startups, mas para você mesmo se apresentar.
Outro dia eu estava tomando café da manhã em um hotel e reparei que ao meu lado estava sentado um cara que eu admiro muito no mundo dos negócios. Nunca pensei que sentiria vontade de falar com a pessoa, dando uma de fã maluca. Mas confesso que até tremi um pouquinho de tanta vontade de falar com ele. Durante alguns segundos pensei no que iria dizer para que não fosse nada cliché, então eu fui direto ao ponto: "oi fulano, eu acompanho seu trabalho e gusto muito dos artigos que escreve sobre tal assunto, eu trabalho com tal coisa e vejo uma possível sinergia entre nós". Pronto, ele rapidamente se interessou e batemos um agradável papo enquanto comíamos juntos. Virou até um negócio depois.

Sempre que vou ministrar um curso peço que os participantes se apresentem no início. Com minha experiência em sala de aula como professora e também aluna, sei que é frustrante começar algo sem antes permitir que as pessoas falem de si. Pois é, elas querem falar quem são e o que fazem, isso auxilia inclusive na identificação dos pares no ambiente.

Certa vez, eu tinha uma agenda bem corrida em um curso que ia ministrar e pulei a parte das apresentacões. Resultado? A nota final do curso caiu por conta disso, desde então eu sempre peço que as pessoas se apresentem.

O grande problema é que em muitos casos eu fico diante de alguém que não sabe falar sobre si mesmo. Revela informações que não interessam a ninguém, enrola e se esquece de dizer o que era importante, de fato. Algumas pessoas chegam a precisar de três, cinco minutos para se apresentar, porque no meio desse embolado não organizaram bem os fatos, não priorizaram o importante, não adequaram ao contexto ou pensaram ser momento para contar sua vida toda.

Eu não quero parecer uma pessoa chata. Juro que escrevo esse texto com a melhor da intenções. Mas é preciso fazer um exercício de síntese. Em primeiro lugar é preciso se auto-descobrir: quem é você de verdade e o que é mais relevante dizer ao se apresentar?

Tente exercitar isso, corte informações que não interessam aos outros, evite voltar várias vezes ao mesmo ponto, perceba as reações das pessoas ao redor. Fazendo isso sabe o que vai acontecer? Você fará com a mensagem que quer passar fique gravada. Na verdade quando mais direto for, mais conseguirá que as pessoas se lembrem sobre quem você é e como pode ser útil a ela em algum momento. Isso não quer dizer que você deva virar um robô ou alguém seco. É super possível acrescentar seu toque especial e uma frase que o diferencie dos outros, que inclusive revele um pouco de sua história, sem precisar gastar vários minutos.

Saiba contar histórias

Transformar dados e fatos em uma história interessante também será muito legal. E para isso acontecer é preciso pensar o que é relevante na mensagem, depois a melhor ordem para falar sobre isso.

Contar histórias não signifca florear ou mentir. Aliás, pode ser um grande problema se você fizer isso. Certa vez duas marcas decidiram apostar no storytelling para falar de seus produtos. Contaram uma bonita história sobre a colheita das laranjas que eram usadas para fazer o suco que vendiam ou como o picolé havia sido criado por alguém da família há vários anos. Era de fato uma bonita história, mas quando as pessoas descobriram que era pura balela, acabou ficando feio para a marca.
Contar histórias é tornar mais agradável e lógico o que você vai dizer. Aliás, experimente contar um fato de forma seca em um post de Facebook, depois transforme essa mesma informação em história. Perceba a diferença do engajamento.

Não queira ler seu currículo inteiro antes de se apresentar

Esses anos de aulas e palestras também me ajudaram a entender que existem diversos momentos em que não é uma boa ideia querer ler seu currículo. Sim, pode ser tentador para várias pessoas querer gastar cinco ou sete slides e mais de dez minutos para falar sobre sua formação e experiência. Mas quer saber? Na maioria das vezes não interessa.

É claro que há contextos que exigem que você sinalize quem é para mostrar sua relevância e credibilidade em relação ao assunto que vai abordar. Mas em várias outras tudo que eu consigo ver são pessoas querendo se gabar de sua trajetória e o grande problema disso é que funciona como um balde de água fria logo no começo de sua apresentação, que rapidamente desengaja sua audiência.

No livro “TED Talks”, escrito pelo organizador do TED, Chris Anderson, existem algumas lições nesse sentido. Ele recomenda fortemente que você não leia seu currículo, mas que inicie a apresentação com alguma coisa capaz de rapidamente prender a atenção do público, como uma história, uma piada, um comentário inteligente e contextualizado. Desde que aprendi as lições de Anderson, passei a falar menos sobre mim e vi o interesse das pessoas crescerem em minha fala.

É claro que há momentos em que é preciso sim falar mais sobre você. Os contextos acadêmicos ou envolvendo cursos e aulas que você vá ministrar, por exemplo, podem precisar de uma apresentação mais a fundo, afinal, as pessoas querem saber com quem estão aprendendo. Vai se encaixar muito bem se você souber analisar o contexto e o tempo que tem disponível para fazer isso. E, ainda, se souber separar o que é realmente relevante para quem vai ouvir, porque a verdade é que existem informações que só interessam a nós.

Ao criar um texto, evite enrolar um tempão no começo.

A mesma boa prática de não enrolar para iniciar uma aula ou palestra enquanto fica falando sobre si vale para quando você for escrever um texto. Eu conheço muitas pessoas que escrevem bem até, mas que não conseguem falar do assunto sem antes enrolar bastante. Começam com coisas do tipo “hoje vou falar sobre tal coisa nesse texto” ou fazem diversos rodeios desconectados antes de começar a falar sobre o que interessa.

Uma boa forma de começar um texto, principalmente se estamos falando do contexto das mídias sociais (inclusive para produzir artigos no Linkedin em seu perfil) é não querer pensar em grandes começos. Apenas comece contando uma história, como você contaria pessoalmente. Pode ser algo do tipo “semana passada eu conheci uma pessoa incrível que me falou sobre tal coisa”ou ainda “era uma segunda-feira de manhã quando ao acordar descobri que a partir dali minha vida mudaria completamente”. Boom, as pessoas se engajam na hora, elas vão sentir vontade de continuar lendo.

Experimente!

Além disso, foque em no máximo duas mensagens por vez em um tempo. Se você tratar de muitas coisas diferentes de uma só vez, provocará em seu leitor um sentimento de “o que ele queria dizer mesmo aqui?”.

Cuidado para não interromper a si mesmo o tempo todo

Algumas pessoas tem um pensamento tão rápido ou bagunçado, que não conseguem falar uma frase sem enchê-la de interrupções ou outros assuntos. Elas começam a falar sobre algo e quando você percebe já estão falando de outra coisa completamente nada a ver.

O pensamento vai longe, emendam histórias, depois sentem dificuldade de concluir o próprio pensamento e até a própria frase. Policie-se para fazer isso menos vezes. E ao escrever uma frase, releia para analisar se o sentido dela ficou realmente completo, se você concluiu o pensamento. Frases mais longas são mais perigosas, então procure escrever a maioria mais curta até que aos poucos você se sinta melhor escrevendo. É muito normal voltar no seu texto algumas vezes para reler e fazer alterações, trocar palavras, até que a mensagem fique boa.

Eu conheci uma palestrante que era ótima, tinha muito conteúdo. Mas a cada três frases ela emendava uma piadinha sobre ela mesma, seguida de uma interrupção do pensamento. A palestra então começou a se tornar pesada e entendiante e as pessoas passaram a prestar mais atenção no comportamento dela, do que no conteúdo.

Se é um curso e existem mais pessoas, então não é uma consultoria

Como professora que ministra cursos e também como estudante que faz cursos eu preciso concordar com algo: me incomoda muito que um participante pense que o curso é exclusivamente dele e que ele pode interromper a cada dois minutos para fazer perguntas, principalmente quando elas são enormes, desnecessárias ou muito focadas em seu próprio cenário.

Novamente eu não quero parecer chata, mas se você está participando de um curso em que há mais pessoas e concordou com isso sabendo sobre a carga horário dele, é preciso entender que por mais que um professor queira, ele não conseguirá, nem terá tempo, de responder a tooodas as suas perguntas. Em uma sala com vários alunos podem existir contextos muito diferentes e todos eles se sentirão incomodados se sempre uma única pessoa se destacar porque quer comentar tudo ou espera receber respostas que são exclusivas para ela, como se fosse uma consultoria.

Uma boa prática é analisar se o que você vai perguntar está bem formulado e se é relevante para todos os outros participantes. Se for algo muito específico, lembre-se que as vezes é tão particular e complexo, que seria preciso uma consultoria. Entretanto, na maioria dos casos uma anotação da pergunta para não esquecê-la e uma abordagem direta com o professor depois, seja pessoalmente ou por email, vão resolver seu questionamento. A maioria dos professores que conheço, incluindo eu mesma, não se recusam a responder e dar atenção. Basta que isso seja feito no momento certo.

Perguntas de cinco minutos, não faça isso

Algumas vezes tomamos o microfone ansiosos para fazer uma pergunta para alguém que estamos assistindo. Mas antes de perguntar é preciso pensar se a questão está bem formulada ou se é tão longa que virou um texto, uma tese.

Antes de fazer sua pergunta analise o contexto, o momento, se a questão realmente pode ser respondida pela pessoa ou se é muito próxima de uma saia justa, ou se vai perguntar algo clichê ou obviamente sem resposta. É uma bela maneira de usar o microfone para levar para o momento uma questão que faz sentido, que vale a pena ser discutida.

Se a pergunta é muito longa causa quase um pavor na plateia e em quem vai responder, porque aos poucos vai ficando mais conturbado, bagunçado e difícil falar sobre tudo aquilo. Ser direto é bem melhor.

Ao final de uma palestra, não conte sua vida inteira ao palestrante

Eu adoro dar palestras! Adoro a abordagem das pessoas assim que termino, gosto que venham falar comigo, dar um abraço, tirar foto. Eu realmente adoro.

Mas existe algo que precisa ser pensado. Ao final de uma palestra pode acontecer de formar uma fila de pessoas para falar com o palestrante. Todas estão ansiosas, mas quase todas também tem pouco tempo disponível para o momento. Este não será o melhor momento para puxar o palestrante de lado e contar sua vida inteira para ele, quase que exigindo que ele lhe diga o que fazer.

Por mais que alguém queira ajudar, trata-se de um momento em que a adrenalina foi a mil, o palestrante pode estar sem voz, com sede, morrendo de vontade de ir ao banheiro, cansado… E por mais boa vontade que ele tenha, até mesmo por respeito a quem mais está ali para falar com ele, não terá como dedicar dez minutos ou mais apenas para você, principalmente quando se trata de questões complexas, que não podem ser rapidamente discutidas sem uma análise mais completa.

Áudios imensos no Whatsapp, um terror

Diferentemente da comunicação por texto, o envio de mensagens por áudio não permite o que chamamos de “escanear a mensagem”. Quando temos uma mensagem escrita podemos bater os olhos sobre ela e analisar os pontos mais importantes para responder, sem precisar ler tudo. Mas quando falamos sobre áudio, quase sempre é preciso ouvir tudo, tim tim por tim tim e com muita atenção.
Por conta disso, evite enviar áudios enormes no Whatsapp para alguém, principlamente porque as mensagens demoradas quase sempre estão baseadas em uma falta de clareza do pensamento e com frequência acompanhadas de repetições que não agregam em nada na mensagem.

Analise sempre o contexto, há coisas que soam melhores ditas pessoalmente, outras por áudio, texto.
Outro ponto importante quando falamos de mídias sociais, é entender que ao enviar uma mensagem para alguém no Whatsapp, Messenger ou inbox do Linkedin, nem sempre a pessoa vai ler exatamente naquele momento. Por isso, não é preciso dizer bom dia e esperar pela resposta. Basta ser educado e já emendar o assunto, deixando a entender que sabe que a pessoa pode responder naquele momento ou horas, dias depois. Há ferramentas que mesmo sendo assíncronas não são, necessariamente, usadas em tempo real. E muitas pessoas priorizam suas agendas e rotina analisando o conteúdo da mensagem. Por isso, use a ferramenta de forma mais efetiva.

Não esqueça também de mais uma vez formular bem a mensagem que quer passar, existem alguns textos que falam, falam, mas ao final você não consegue saber o que a pessoa queria. E isso pode afastar muitas oportunidades de você!

Flavia Gamonar
Top Voice Linkedin • Docente • Doutoranda • Cofounder OQMOM • Cofounder 321Comm • Coautora e Cofounder DISRUPtalks
https://www.linkedin.com/pulse/exercite

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Nomadismo digital: o futuro do trabalho 2.0

 Resultado de imagem para Nomadismo digital:
Há vinte anos, um executivo japonês chamado Tsugio Makimoto previu uma revolução. Em seu livro “Digital Nomad“, lançado no ano de 1997 em parceria com David Manners e praticamente ignorado pelo público e pela crítica, Makimoto escreveu num trecho quase premonitório que “redes sem fio de alta velocidade e dispositivos móveis de baixo custo quebrarão o vínculo entre ocupação e localização“.
Dez anos depois, em 2007, a ideia de nomadismo digital ressurge no best-seller Trabalhe 4 Horas por Semana“, do autor Tim Ferriss. Numa mistura de lifehacks e ideias de novos modelos de negócios, Ferriss pintou uma imagem glamurosa — a começar pelo título — de renda automatizada e do velho sonho de se viajar o mundo enquanto se ganha dinheiro.

Nem Makimoto, nem Ferriss, contudo, previram que o impacto da Transformação Digital em nossas vidas, pessoais e profissionais, seria tão grande e evoluiria tão rapidamente.
Smartphones, aplicativos, redes sociais, economia compartilhada e serviços sob demanda simplificaram de tal maneira o modo como vivemos e trabalhamos que, em 2017, as fronteiras geográficas já não são mais um problema e o nomadismo digital já é uma realidade para milhares de jovens ao redor do mundo — e o sonho de consumo de tantos outros milhões.


Os autores também não poderiam prever que todo um ecossistema seria criado por e para nômades digitais. Espaços de coworking e cafés voltados para profissionais que trabalham de forma remota estão cada vez mais em alta ao redor do mundo.
O sudeste asiático, impulsionado pela bela e exótica Tailândia, tornou-se um centro mundial de nômades digitais. Basicamente, jovens adultos de todo o mundo transformaram cidades paradisíacas e até então desconhecidas, como Chang Mai, em suas estações de trabalho.

E este não é um estilo de vida limitado para poucos sortudos. Essa Transformação Digital que rompeu totalmente as fronteiras geográficas, além de oferecer a possibilidade de que algumas funções sejam desempenhadas hoje de forma remota, ainda criou empregos que não existiam 10 anos atrás — e deve criar muito mais nos próximos anos: um estudo recente da Dell projetou que, até 2030, aproximadamente 85% das profissões serão novas, ou seja, ainda nem foram inventadas.
Mas, o que é preciso para se tornar um nômade digital?
Bom, além da obrigatoriedade de acesso à internet e da materialização da teoria de Makimoto, para vivenciar o nomadismo digital como carreira você precisa de algumas outras coisas.
Passaporte
Essa parte é um pouco óbvia, mas é sempre bom lembrar.
Solicitar um passaporte é fácil. Você pode fazer isso no site da Polícia Federal. O problema está nos vistos de entrada para alguns países. O Brasil possui acordos bilaterais com quase todos os territórios reconhecidos pela ONU e é possível que um brasileiro entre sem a necessidade de visto em 153 países, porém, alguns destinos famosos como Estados Unidos e Japão não constam na lista. Para conseguir o visto de entrada para estes países, você deve procurar suas respectivas embaixadas no Brasil.
Uma vantagem dos nômades digitais é que, como esses profissionais levam seu trabalho na mochila — só precisam de um notebook e internet —, não é necessário visto de trabalho. Você só deve ficar atento ao período de validade do visto de turista (varia de 3 à 6 meses, dependendo do país).
Dinheiro
Ok, este item é ainda mais óbvio, mas o que talvez você não saiba é que não é necessário muito dinheiro para ser um nômade digital.
Explico com um hack prático.
Primeiro: esqueça agências de viagem.
Dito isso e partindo do princípio de que você já trabalha de forma remota e não há a necessidade de tirar férias para poder viajar, te aconselho a fazer o download de algum aplicativo que monitore promoções de passagem aéreas — ó a Transformação Digital aí novamente.
Eu utilizo o app do Melhores Destinos. Este ano já comprei passagens para México (R$ 600,00), Coreia do Sul (R$ 1.500,00) e Argentina (R$ 1.200,00) — todos os preços de ida e volta, saindo de Florianópolis (SC) — graças as notificações do aplicativo.As hospedagens também podem ser reservadas pelo celular. O Airbnb é o aplicativo mais famoso com essa finalidade.
Os países do sudeste asiático são os favoritos dos nômades digitais não apenas por causa de suas belezas naturais: o custo de vida é baixíssimo. Então dê valor ao seu dinheiro! Escolha um destino onde a conversão da moeda valha a pena e seja feliz vivendo o sonho do nomadismo digital!Conhecimento
Habilidades linguísticas são fundamentais para quem quer seguir esse estilo de vida. E não basta falar bem: é necessário ler e escrever bem. De preferência em mais de um idioma — incluindo o seu nativo, ok?
Além disso, você precisará de algumas habilidades digitais — independente de você ser um nômade que faz freelas ou trabalhe de forma remota para alguma empresa, acostume-se com nomes como WordPress, MailChimp, Slack ou Trello.
Tempo
Tim Ferriss é um ponto fora da curva. Não pense que você ficará milionário da noite pro dia trabalhando de forma remota. A verdade é que a grande maioria das pessoas que vive nesse estilo de vida não procura a felicidade no dinheiro: a ideia é encontrar um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Não precisar esperar a aposentadoria para curtir a vida, saca?

O ponto é que, mesmo assim, pelo menos no começo, você não encontrará esse equilíbrio. Pelo contrário, você terá que trabalhar duro para pagar as contas das suas viagens e do seu negócio — caso tenha um.
Nem todos podem se dar ao luxo de investir várias e várias horas de trabalho na construção de um estilo de vida — especialmente se você tiver filhos. Por isso, tão fundamental quanto o dinheiro, o tempo é um ativo importantíssimo para os nômades digitais.
***Concluindo
Não se trata de férias eternas. Não se trata de largar tudo e viajar por aí. Se trata de aproveitar as “redes sem fio de alta velocidade e os dispositivos móveis de baixo custo” para desempenhar o seu trabalho remotamente.
A verdadeira liberdade, sonho de consumo dos nômade digitais ao redor do mundo, reside na possibilidade de viajar sem limites, horários ou datas pré-determinadas, ao mesmo tempo em que se é capaz de viver e trabalhar em qualquer lugar do mundo. Para a maioria, esse é o objetivo final — o pináculo da vida.
E a Transformação Digital proporcionou isso
..Publicado originalmente no Transformação Digital, portal que traz informações, notícias, artigos, novidades e tendência sobre negócios e culturas digitais, sempre sob a perspectiva de grandes influenciadores nacionais que vivem diariamente as transformações trazidas pela disrupção digital. Matheus de Souza LinkedIn Top Voice


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Como a Internet de Todas as Coisas irá impactar o seu emprego

Resultado de imagem para Internet de Todas as Coisas A Internet de Todas as Coisas (Internet of Everything - IOE) vai ter um enorme impacto sobre os negócios. Este fenômeno está reinventando completamente a forma como as empresas operam, trazendo produtividade e competitividade para níveis mais elevados, abrindo muitas portas para novas oportunidades.

As empresas estão aproveitando mais recentemente o poder da Internet de Todas as Coisas pois perceberam que ela vai impactar sua estratégia global de negócios, e não apenas sua tecnologia.

A Internet de Todas as Coisas (IOE) expande o já conhecido conceito de Internet das Coisas(IoT), sendo definida como uma conexão em rede, de pessoas, processos, dados e coisas. Cada vez mais pessoas e coisas se conectam o tempo todo. Até 2020, cerca de 50 bilhões de coisas e mais de 5 bilhões de pessoas estarão conectadas à internet, gerando mais dados e exigindo novos processos para ajudar a gerar e compartilhar novas informações.

  Com estas novas mudanças observaremos não só um crescimento de conexões, é muito mais que isso, envolve tudo o que essas conexões tornam possíveis!
 
As possibilidades são enormes e incríveis quando as pessoas se conectam com o que antes estava desconectado, voltando-se para a Internet, aumentando os benefícios para todos.

Tratam-se de benefícios econômicos para empresas, melhores formas de educar e cuidar das pessoas, melhor qualidade de vida. A Internet de Todas as Coisas é possível graças à junção de diversas tecnologias (mobilidade, TI, computação em nuvem, Big Data, internet das coisas).
 
Quando se trata de Internet de Todas as Coisas é importante pensar de um modo novo, de uma forma transformacional, a fim de entender quais dispositivos estarão conectados e quais as oportunidades de negócios que irão criar. Uma mudança importante para o ambiente de trabalho é apenas um dos aspectos dessas novas oportunidades de negócios.

Segundo a Accenture cerca de 86% de 1.400 líderes empresariais entrevistados acham que a Internet de Todas as Coisas vai ser uma criadora de postos de trabalho. Ela possibilitará a criação de novos empregos, consequentemente, funções atuais vão ser redefinidas.

Certamente essas mudanças criarão uma grande revolução na forma como trabalhamos, mudando radicalmente o emprego em diferentes níveis dentro da empresa.

Obviamente que esta nova realidade será um novo desafio para as empresas que deverão procurar as melhores formas de implementar tudo isso corretamente, a fim de maximizar o potencial de negócios. Decisões devem ser tomadas tanto do lado da tecnologia quanto da empresa -  novos equipamentos, novos treinamentos, financiamentos, capacitação de pessoal, etc.

 A Internet  de Todas as Coisas terá um impacto muito grande sobre o emprego em todos os níveis. Os empregados das empresas, de uma forma geral, deverão ser mais capazes de se adaptar às novas normas e expectativas da indústria. Sua relação com dispositivos conectados deverá ser cada vez mais frequente.
 

Eles deverão se acostumar a obter as informações que precisam, em tempo real, via dispositivos conectados e serem capazes de usar esse conhecimento em conjunto com suas habilidades em suas tarefas do dia-a-dia.

Profissionais de TI deverão estar preparados para lidar com as mais diversas formas de tecnologias e suas formas de integração. Para esses profissionais este novo cenário significa que os limites da rede e do sistema irão expandir, impactando outros níveis da rede. O aumento de dispositivos conectados irá elevar a pressão sobre a rede e criar a necessidade de uma maior largura de banda.

A Internet de Todas as Coisas vai mudar drasticamente a forma como as empresas fazem negócios para melhor.

Gerentes deverão ser capazes de criar oportunidades adicionais. Por exemplo, deverão ter uma compreensão profunda do que precisa ser alterado a partir de um ponto de vista operacional para o sucesso dos negócios no dia-a-dia. Os profissionais devem se preparar para entender como todos esses recursos devem ser usados, principalmente, para aumentar a experiência do cliente ou a eficiência da equipe de vendas.  Na parte financeira a empresa deve se perguntar como o modelo de receita vai mudar com a realidade da Internet de Todas as Coisas.

Haverá também um impacto sobre o crescimento global do emprego.

Vislumbra-se que a Internet de Todas as Coisas terá um impacto extremamente positivo na criação global de empregos e no crescimento de muitas indústrias, uma vez que vai obrigar as empresas a crescerem e expandirem sua capacidade para contratar profissionais que possuem as habilidades necessárias para implementar adequadamente a tecnologia.


A previsão é que o crescimento do emprego também irá aumentar o produto interno bruto das vinte maiores economias do mundo em 2030, em cerca de US$ 14 trilhões.

Profissionais que tenham formação e habilidades relacionadas a este novo cenário estarão em alta.

Estamos diante de uma mudança nas empresas, tanto do ponto de vista da tecnologia quanto da exigência de profissionais qualificados. Não é apenas a criação de tecnologias mais robustas e inovadoras, também está se criando um campo totalmente novo de postos de trabalhos que nunca foram vistos antes.

A Internet de Todas as Coisas está abrindo portas para o desenvolvimento de empregos e crescimento em áreas de tecnologia em todos os setores e está exigindo profissionais antenados e conectados que utilizem todos esses recursos a seu favor, para que não sejam  engolidos por eles.


Patrick Pedreira é Professor Mestre em Ciência da Computação, aluno especial de doutorado na USP, coordenador de curso de graduação e, acima de tudo, um amante da tecnologia.

Algoritmos vão alterar seu comportamento: e outras previsões tecnológicas da Gartner - comentadas

A transformação digital vem cada vez mais forte e o que um dia não fomos capazes sequer de prever, já está acontecendo. De acordo com a consultoria Gartner, veremos realidade aumentada, declínio de aplicativos móveis e mudança na navegação web a partir de comandos de voz.
A Gartner elencou 10 tendências para os próximos 4 anos que você precisa ficar de olho. Selecionei algumas delas e complementei com comentários próprios.
 
Realidade aumentada na hora de comprar
A experiência de compras deve ser otimizada pelas marcas em dispositivos móveis. A realidade aumentada vai elevar o nível de informações digitais, como textos, imagens, vídeos e áudios para engajar, seja em lojas físicas ou on-line. Um exemplo? Você está andando em um supermercado e poderá ver diferentes itens flutuando no ar usando óculos especiais para isso (de realidade aumentada, claro), que serão bem mais discretos e elegantes que os atuais tijolões. Ao comprar on-line, você poderá ver como móveis ficariam em sua casa apontando a câmera para o ambiente e, assim, escolher os melhores itens para sua casa, já tendo uma ideia sobre como eles vão ficar.
 
Conversas com bots vão aumentar
Assistentes virtuais como o Alexa ou Siri vão evoluir ainda mais e em 4 anos 30% das sessões de navegação na web ocorrerão sem precisar de uma tela, apenas por voz. Isso será possível porque continuamente a compreensão da linguagem natural vem melhorando. Novas tecnologias dedicadas ao áudio, como Google Home ou o Amazon Echo, vão permitir que você dê comandos usando mãos, olhos e voz, em contextos diversos do dia a dia, como cozinhar, dirigir, caminhar, se exercitar, entre outros. O acesso a recursos on-line ocorrerá praticamente o tempo todo. Há desafios a serem superados para chegar a esse cenário, mas aos poucos eles são discutidos e resolvidos.
 
 
Só os aplicativos móveis realmente úteis vão permanecer
Em 2019, 20% das grandes marcas deixarão de usar seus aplicativos móveis próprios como ponto de conta com seus clientes, isso porque eles tem se revelado como não tão relevantes e ocupados de memória de smartphones, pouco utilizados e com custo maior que o benefício. A web móvel será mais usada, principalmente após a abordagem "Progressive Web Apps", ou seja, o acesso começa no navegador e progressivamente a página se torna mais app, à medida em que os usuários interagem e engajam. Para o usuário a vantagem é não precisar instalar mais um aplicativo. Viveremos a era pós-app, com agentes inteligentes criando dinâmicas e contextos, facilitando o trabalho diário e deixando apenas as decisões realmente humanas a cargo do humano. Este item vai evoluir continuamente e se expandirá nos próximos 20 anos, de acordo com a Gartner.
 
Algoritmos serão usados para alterar positivamente o comportamento
Por meio de uma espécie de assistentes virtuais, vão usar conhecimento baseado em aspectos comportamentais, psicológicos, sociais e cognitivos para levar à tomada de decisões ao realizar uma atividade ou um trabalho, por exemplo.Neste sentido, um exemplo seria um programa capaz de escutar chamadas de atendimento a cliente e de sugerir ao atendente a melhor maneira de responder à pergunta. Outra forma seria um aplicativo inteligente capaz de acompanhar a rotina de quem dirige e seus algoritmos calcularem de forma personalizada o custo do seguro, permitindo que quem dirige menos ou de forma mais prudente pague menos, por exemplo. Nesta linha já existe algo bem bacana surgindo no Brasil, a Thinkseg, uma plataforma que traz a proposta de permitir contratação de seguro por meio de um aplicativo de forma simples e com preço justo.
Essa possibilidade pode até assustar inicialmente, mas esses algoritmos serão utilizados de modo a gerar resultados positivos e podem acabar provocando mudanças de diversas formas, no contexto de um seguro com preço personalizado e justo, a mudança poderia ser um trânsito melhor na cidade e motoristas mais cuidadosos.

Atividades de engajamento envolverão ao menos um dos sete gigantes digitais
Hoje 85% dos investimentos em mídia estão concentrado entre gigantes como Google e Facebook. E cada vez mais o consumidor será dependente deles e de outras grandes empresas como Apple, Amazon, Baidu, Alibaba e Tencent.
Conforme o mundo se torna cada vez mais digital, mais as atividades realizadas deverão incluir um destes gigantes. 
Leia mais sobre como isso será também um monopólio tecnológico.

Inovar não será barato
Para a consultoria, para cada dólar destinado à inovação, serão gastos sete vezes mais para executar um projeto, pois haverá necessidade de novas arquiteturas e tecnologias, como aprendizagem de máquinas.

Demanda de armazenamento vai aumentar com a internet das coisasA enorme quantidade de dados que serão produzidos pela internet das coisas vai trazer um aumento da demanda por armazenamento, que já deverá subir para 3% em 2018. Até 2020 serão quase 21 bilhões de pontos que deverão estar em uso. O motivo é que os dados gerados pelos dispositivos majoritariamente serão armazenados localmente e por menos tempo, sendo seus algoritmos quem determinarão quais deles devem ficar mais tempo registrados.A internet das coisas também levará a uma economia de 1 trilhão de dólares por ano, pois sensores poderão prever a necessidade de manutenção de um hardware, por exemplo, reduzindo custos com manutenção e bens de consumo.
Analytics serão usados para encontrar padrão em dados brutos e profissionais especialistas na análise desses dados vão ser requisitados para desenvolver soluções que envolvam aprendizado de máquinas, mineração, exploração e visualização de dados, trabalhando com dados estruturados ou não e realizando análises complexas para resolver problemas, entender fatores que geram o consumo, segmentar melhor clientes, interpretar dados, direcionar decisões, entre outros. (aliás, estou procurando um cientista de dados para contratar)

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O Encanto Nosso de Cada Dia !

Ainda bem que o tempo passa! Já imaginou o desespero que tomaria conta de nós se tivéssemos que suportar uma segunda feira eterna?


A beleza de cada dia só existe porque não é duradoura. Tudo o que é belo não pode ser aprisionado, porque aprisionar a beleza é uma forma de desintegrar a sua essência. Dizem que havia uma menina que se maravilhava todas as manhãs com a presença de um pássaro encantado. Ele pousava em sua janela e a presenteava com um canto que não durava mais que cinco minutos. A beleza era tão intensa que o canto a alimentava pelo resto do dia. Certa vez, ela resolveu armar uma armadilha para o pássaro encantado. Quando ele chegou, ela o capturou e o deixou preso na gaiola para que pudesse ouvir por mais tempo o seu canto. 


O grande problema é que a gaiola o entristeceu, e triste, deixou de cantar.
Foi então que a menina descobriu que, o canto do pássaro só existia, porque ele era livre. O encanto estava justamente no fato de não o possuir. Livre, ele conseguia derramar na janela do quarto, a parcela de encanto que seria necessário, para que a menina pudesse suportar a vida. O encanto alivia a existência...Aprisionado, ela o possuía, mas não recebia dele o que ela considerava ser a sua maior riqueza: o canto!


Fico pensando que nem sempre sabemos recolher só encanto... Por vezes, insistimos em capturar o encantador, e então o matamos de tristeza.
Amar talvez seja isso: Ficar ao lado, mas sem possuir. Viver também.
Precisamos descobrir, que há um encanto nosso de cada dia que só poderá ser descoberto, à medida em que nos empenharmos em não reter a vida.


Viver é exercício de desprendimento. É aventura de deixar que o tempo leve o que é dele, e que fique só o necessário para continuarmos as novas descobertas.


Há uma beleza escondida nas passagens... Vida antiga que se desdobra em novidades. Coisas velhas que se revestem de frescor. Basta que retiremos os obstáculos da passagem. Deixar a vida seguir. Não há tristeza que mereça ser eterna. Nem felicidade. Talvez seja por isso que o verbo dividir nos ajude tanto no momento em que precisamos entender o sentimento da tristeza e da alegria. Eles só são suportáveis à medida em que os dividimos...


E enquanto dividimos, eles passam, assim como tudo precisa passar.
Não se prenda ao acontecimento que agora parece ser definitivo. O tempo está passando... Uma redenção está sendo nutrida nessa hora...


Abra os olhos. Há encantos escondidos por toda parte. Presta atenção. São miúdos, mas constantes. Olhe para a janela de sua vida e perceba o pássaro encantado na sua história. Escute o que ele canta, mas não caia na tentação de querê-lo o tempo todo só pra você. Ele só é encantado porque você não o possui. 


E nisto consiste a beleza desse instante: o tempo está passando, mas o encanto que você pode recolher será o suficiente para esperar até amanhã, quando o pássaro encantado, quando você menos imaginar, voltar a pousar na sua janela.


Padre Fábio de Melo

Fonte: https://pensador.uol.com.br/autor/padre_fabio_de_melo/

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O poder do hábito !!

 

Já parou para pensar no que você poderia fazer diferente para atingir o sucesso? Uma simples mudanças no comportamento pode fazer toda diferença, ainda mais quando ela vira um hábito

Você sabe o que todas as pessoas de sucesso (mas todas, mesmo!) tem em comum? Bem, é algo que domina você o tempo todo, mas é também a chave para ter ou não ter sucesso. A pergunta que você deve se fazer é:

1. Por que você faz o que você está fazendo hoje?
2. Por que algumas pessoas e empresas têm tantas dificuldades em mudar, enquanto outras parecem conseguir isso da noite para o dia?

O autor do livro o Poder do Hábito, depois de reunir inúmeras pesquisas científicas, afirma que você precisa desfrutar desse momento, que é a “Era Dourada” da neurociência, para compreender como o seu cérebro se organiza no dia a dia.  É impressionante constatar que todas as pessoas que conseguiram ter sucesso apresentam um padrão comum entre elas: o êxito a partir dos hábitos.

Se olharmos para a trajetória dos atletas da Olimpíada de 2016, podemos ver que os campeões não fizeram a todo o momento coisas extraordinárias. Para chegar ao nível de evolução que se encontram, eles fizeram uma sucessão de coisas frequentes, repetitivas, que não precisavam ser racionalizadas. Eles conhecem o poder dos hábitos e os utilizam racionalmente para poder alcançar algo extraordinário. Eles sabem que é pelos hábitos que o cérebro se organiza para poupar esforços e tiram o máximo proveito disso.

Ao se deparar com a necessidade de aprender uma nova habilidade, como um novo idioma, ou um instrumento musical, o cérebro consome uma imensidão de energia. Mas, com a prática as regiões responsáveis pela atenção e controle de esforço vão diminuindo suas atividades e passamos a funcionar no “piloto automático”. É quando adotamos a rotina. Desse modo, você terá tempo e energia para se concentrar em coisas novas que exijam o pensamento e aprendizagem.

Bem, para chegar até a este ponto, conheça as 3 etapas do loop do hábito.  Lembre-se: você terá que respeitar as 3!

1. Gatilho: um desejo de mudança

Imagine, por exemplo, que uma empresa anuncie sua internacionalização dentro de 1 ano e você identifique aí uma oportunidade para um salto profissional. Você então conclui que precisará aprimorar uma habilidade a mais, que é: se comunicar em inglês.

Claro que o simples fato de você identificar um gatilho por si só, não é suficiente para que o hábito venha a se desenvolver em você, mas se essa motivação  for forte mesmo você passará então para a  2ª. etapa do loop, que é a:

2. Rotina: a assiduidade

Para desenvolvê-la, você passará a estudar diariamente o novo idioma. No vídeo que fiz sobre a "Única Coisa", alertei você que o hábito só será consolidado após 66 dias de rotina. Até lá você corre riscos e é o que leva muita gente a desistir no meio do caminho. Entretanto, o ciclo ainda não foi fechado. Ele só se estabelece com a terceira etapa que é a:

3. Recompensa: um prazer

Logo que você começa a ter os primeiros resultados com o domínio do novo idioma, irá perceber um maior reconhecimento das pessoas e, claro, novas oportunidades se abrirão. Esta é a recompensa alcançada por ter conseguido completar o ciclo do loop do hábito. Nesse caso, o poder do hábito se efetivou porque você identificou uma forte razão para começar, que é o gatilho, desenvolveu e consolidou uma rotina de práticas ininterruptas de estudos e, passado um período de tempo, começou a receber a recompensa, que motivará você a continuar.

Isso vale para qualquer hábito que você queira adotar. Mas, fique sempre muito atento e respeite as 3 etapas do loop. Lembre-se, você é o único dono de sua própria mente e ao compreender como os hábitos funcionam, dependendo de como irá utilizá-lo, poderá se tornar uma pessoa mais produtiva, mais saudável  e até mais feliz.

Vá em frente!

Conteúdo originalmente postado em Impact Player e compartilhado no site da Endeavor Brasil e em Diário do Comércio 

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O impeachment é um fracasso brasileiro !

Resultado de imagem para O impeachment é um fracasso brasileiro     Hoje é um dia de fracasso. O impeachment de um presidente da República é um fracasso nacional.

Mas é importante entendermos o que aconteceu. Como chegamos a este fracasso.

Dilma Rousseff está sofrendo o impeachment por parte de um Congresso fisiológico. O que motiva boa parte dos parlamentares pró-impeachment tem mais a ver com sua própria sobrevivência e a de suas práticas do que o futuro do Brasil. Entregam Dilma à turba de brasileiros que marcham pelas ruas contra a corrupção na esperança de que sacie sua fome. Vão-se os anéis, ficam os dedos.

Com alguma sorte, a turma volta para casa e o Congresso segue a vida como ela era.

As pedaladas fiscais são uma desculpa. Elas aconteceram. Aconteceram, entre 2014 e 2015, em níveis muito superiores à prática de todos os presidentes anteriores. Principalmente no caso de 2014, ocorreram por populismo eleitoral. Interessava a Dilma disfarçar as reais condições da economia brasileira para se reeleger. As pedaladas de 2014 e 15 não são equivalentes às outras em volume ou no tempo. É bastante razoável considera-las operações de crédito. Mas também é fato que o Tribunal de Contas jamais as censurara antes.

As pedaladas são uma desculpa. Dilma sofre o impeachment por causa da Operação Lava Jato que expôs os brutais níveis de corrupção dentro de seu governo e no de seu antecessor e padrinho, Lula. Sofre o impeachment por sua inépcia na gestão econômica do país. As causas da crise podem estar lá fora, mas nenhum país emburacou como aquele governado por Dilma.  Sofre o impeachment, também, porque a nova classe média, gestada durante o governo Lula, virou-lhe as costas. Virou porque está ameaçada de perder tudo o que ganhou pela crise.

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha chantageou Dilma ameaçando abrir o processo de impeachment caso o Planalto não o auxiliasse na luta por manter seu mandato. O Planalto quis ajuda-lo. Tentou. Se esforçou. Os deputados federais do PT é que se recusaram a ouvir os apelos do Planalto. Dilma estava plenamente disposta a ser chantageada. Parlamentares petistas é que decidiram, ali, impor um limite. Um raro gesto de dignidade que lhes custou caro, talvez. E a abertura do processo veio. E mais de dois terços do plenário da Câmara achou por bem apresentar a denúncia de impeachment ao Senado. 

Não se trata de uma luta de fisiológicos contra honrados.          

O PT, ao chegar no Planalto, acreditou que poderia jogar o mesmo jogo. Tornou-se tão fisiológico quanto os velhos coronéis, tão corrupto quanto os antigos barnabés, tão capaz de distribuir cargos, verbas e propinas quanto quaisquer outros políticos que já estiveram no mando brasileiro. 

Lula e seu governo são investigados por práticas de corrupção em níveis nunca documentados. O prejuízo oficial da Petrobras, aquele cravado em planilha, provocado pela corrupção de diretores que se tornaram réus confessos, causado por negócios terríveis nos quais há inúmeros sinais de ampla distribuição de propinas como a compra improvável de Pasadena, equivale a 1% do PIB brasileiro. Os efeitos da brusca queda da Petrobras sentem-se com violência em toda economia brasileira, em particular no estado do Rio de Janeiro. Dilma Rousseff, a administradora capaz que se gabava de microgerenciar cada casa decimal de cada planilha, presidia o Conselho da Petrobras.

Ela é responsável pelo que ocorreu na empresa. Ela é responsável pelo que aconteceu no Brasil nos últimos cinco anos e meio.

Assim como Lula é responsável. Um político extraordinário, brilhante, de um carisma ímpar. Não há hoje, no Brasil, um político mais hábil do que Lula. Ele poderia ter comandado uma ong internacional de combate à fome, poderia ter presidido a ONU, poderia ter sido Nelson Mandela. Preferiu ser lobista de empreiteiras. É incrível como um homem tão grande pode ser tão pequeno. Com suas palestras e seu nome, poderia ter pago quantas reformas quisesse em quanto sítios de Atibaia desejasse, teria os tríplex com os quais sonhasse. E ainda, pela pura força de seu carisma e de seu nome, pela habilidade nata de costurar acordos, teria chegado ao Nobel da Paz e melhorado a vida de um bom bilhão de homens, mulheres e crianças.

Lula preferiu ser lobista de empreiteiras brasileiras na África e América Latina. Preferiu exportar o fisiologismo pátrio.

O fracasso dele é o nosso fracasso. É o fracasso cultural do Brasil. Porque Lula é o reflexo do que o Brasil é.

Os antipetistas mais rábicos podem acreditar que tiveram uma grande vitória e que afastaram do poder alguma espécie de mal fundamental.

Os petistas mais irracionais acreditarão que as possibilidades de um governo justo e social foram derrubadas pelas camadas mais reacionárias da sociedade.

 O que aconteceu foi muito menor. 

Só substituímos um governo fisiológico por outro. O governo Michel Temer não tem uma política econômica particularmente distinta daquela que Dilma tentou implementar a partir de 2015. A diferença é que Temer é um político hábil e Dilma não o foi. A diferença é que Michel Temer completa as frases que inicia. Com alguma sorte, estabilidade econômica virá. 

Mas Michel Temer é também o Brasil velho. Como, aliás, o PT.

O impeachment é legal. Se é legal, não é Golpe. Não é consolo.

Mas há a Lava Jato.

O fisiologismo brasileiro se ancora na propina de grandes empresários que detém os mais vultosos contratos públicos. É esta propina que, lentamente, vai financiando as campanhas eleitorais que ampliam a base fisiológica nas Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Congresso Nacional.

O fisiologismo abraçado por tucanos e petistas, assim como por peemedebistas e todos os outros.

Se alguém quer entender por que o Congresso Nacional piora a cada ciclo eleitoral é por causa disso. Porque, desde a redemocratização, a máquina do fisiologismo trabalhou para produzir dinheiro de campanha e se procriar. Este tipo de vereador, deputado e senador encontrou o caldo de cultura perfeito. A fonte da eterna caixa 2.

Mas há a Lava Jato.

E empresários, hoje, têm medo de pagar propinas. Para eles, corromper ficou caro. O dinheiro de campanha que alavancava a candidatura de parlamentares fisiológicos está desaparecendo. Será um soluço inédito na história do Brasil para tudo voltar a ser como antes? A política brasileira pode ter piorado, mas o Estado melhorou por dentro. Talvez o Estado democrático tenha criado a vacina para este fisiologismo patrimonialista que nos condena ao passado.

Essa é a esperança que nos resta.
 
Pedro Doria é jornalista, também escreve sobre o impacto da tecnologia, no Globo e no Estado de S. Paulo, às sextas-feiras, além de comentar sobre o tema na CBN quartas e domingos.

Exercite a síntese de sua comunicação e pare de perder oportunidades

    Eu sempre fui muito sensível com as palavras. Talvez porque estudei Letras e uma das disciplinas, estilística, envolvia decifrar o que ...