Nada mais chato que começar a trabalhar em uma
empresa e descobrir que alguns colegas de trabalho são um pouco difíceis de
lidar. A situação se complica quando o tempo passa e esses “problemas” só se
multiplicam: uns são competitivos ao extremo, outros verdadeiros “malas sem
alça” e tem até aquele fofoqueiro que precisa tomar cuidado.
E não para por aí. Saber lidar com eles é
fundamental para garantir seu bem-estar, um bom ambiente corporativo e,
principalmente, sua carreira e sua imagem perante outros colegas e superiores.
O consultor e especialista em coaching, Homero Reis,
ressalta que dependendo do caso, esses ‘colegas-problema’ podem até influenciar
no seu desempenho ou, no caso dos competitivos e fofoqueiros, acabar com sua carreira
na própria empresa. Muitos não sabem a forma correta de lidar com essas pessoas
e acabam levando o problema a outro patamar: um confronto agressivo com eles ou
procurar seus superiores.
“Nenhuma dessas atitudes é desejável. Há muitas
formas sutis e acolhedoras que poderão dar a entender que aquele comportamento
não está certo na equipe. A situação se agrava quando isso chega ao chefe antes
do apontado saber, pois os papéis poderão se inverter e você sairá mal-visto,
como o dedo-duro e até infantil”, alerta.
A gerente de Transição de Carreira da Thomas Case
& Associados, Monah Saleh, compartilha a opinião. “O que pode acontecer é
trazer um problema ainda maior para o próprio profissional e respingar em você.
É preciso ter responsabilidade, pois ele pode ser mandado embora ou ter outras
punições extremas, sendo que as vezes, uma conversa amigável pode resolver
tudo”.
Pensando nisso, a InfoMoney fez uma lista com os 10
tipos mais comuns - e terríveis - de colegas de trabalho e mostra, junto aos
especialistas, a melhor maneira de lidar com cada um deles, confira:
O reclamão
Desanima qualquer um ter de aguentar alguém
reclamando sobre tudo. Não importa o que aconteça, às vezes até a chuva ou
calor é motivo de reclamação. Para Monah, normalmente, esse profissional está
infeliz com sua função ou situação pessoal, mas ao mesmo tempo, tem medo de mudanças,
o que o caracteriza também inseguro.
A especialista explica que a melhor maneira de
lidar com esse caso é procurar a área de Recursos Humanos da empresa, para ela
dar atenção a este profissional e, então, analisar o caso e recolocá-lo em
outras funções de seu interesse. Caso sua empresa não tenha esse serviço, não
se desespere. Às vezes, dar um toque, levar uma conversa e dizer como é ruim
conviver com alguém pessimista poderá ajudá-lo nessa situação.
“Em muitos casos, a pessoa não percebe que está exagerando
nas reclamações. Se você tiver uma relação próxima esse é o melhor caminho, mas
se não, tome cuidado, pessoas desse perfil não são muito confiáveis”, alerta
Saleh.
Folgado
Presente em muitos escritórios, estes profissionais
deixam tudo para o dia seguinte ou para a última hora, isso quando eles
entregam seus afazeres. Com esse profissional o cenário muda. É preciso conversar
com ele, mas antes, pensar o quanto a falta de compromisso afeta diretamente e
indiretamente você e sua equipe. Tente mostrar em detalhes como isso te atrapalha
no dia a dia e, se puder, mensure o desinteresse. Tudo de uma forma bem
objetiva e se estiver atrapalhando mais de uma pessoa, que todas estejam presentes
demonstrando o descontentamento.
Se mesmo assim não der certo e ele continuar com
atividades pendentes e não mostrar interesse em mudar, exponha isso ao
superior. “Mas isso em último caso, ter paciência e conversar mais de uma vez é
necessário para mostrar ao colega que essa situação se tornou insustentável, e
não apenas algo pontual”, diz a especialista.
Estressado
É difícil conversar com este profissional, qualquer
opinião ou conversa poderá explodir seus nervos e tornar o resto da jornada de
trabalho um verdadeiro caos. O problema nesse caso é a falta de abertura em chegar
no colega e expor o que lhe incomoda, pois provavelmente, ele ficará estressado
com isso.
Por trás de tanto nervosismo, a gerente afirma que
essas pessoas são naturalmente ansiosas e podem até apresentar características
bipolares. “Pode ser que esse profissional esteja com problemas, não apenas um
simples descontrole passageiro. A melhor forma de lidar com eles é ser compreensivo,
mas franco. Converse com ele, mas não fale do seu comportamento no primeiro
momento. Procure entender porque ele tem essa reação e apenas depois exponha
suas opiniões e indique soluções, como uma terapia, Yoga e outros caminhos. Mas
fale como uma sugestão e não como imposição”.
Competitivo
Esse é o tipo que mais cresce nos escritórios, por
muitas vezes, as próprias instituições estimularem esse comportamento, com o
uso de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e outras iniciativas. O que
você deve fazer é tomar cuidado, se manter reservado e evitar ao máximo ter
conversas sobre suas atividades. “Ele vai querer tirar vantagem de qualquer
informação que você fornecerá. Então, se falar sobre uma ideia, trocar
informações sobre alguns projetos, ele poderá se beneficiar e até se apropriar
delas”.
Chato/Mala
Faz piadas sem graça e em má hora, é carente, fala
o que não deve e se cala quando precisa dizer algo. Enfim, faz tudo o que uma
pessoa legal e companheira não faz. É difícil de lidar com eles, principalmente
dar limite a eles. Porém, é preciso. “Esse perfil é de natureza carente, então,
ele tentará essa intimidade com todo mundo do trabalho, ele vai te testar e se
você der abertura e não dar limite, provavelmente, você será seu alvo”,
explica.
Ela também poderá levar para o pessoal e
dificultará ainda mais seu posicionamento. A especialista atenta que talvez
sendo duro levará a pessoa entender que está no caminho errado para uma boa convivência.
Fofoqueiro
Sem rodeios, todos sabem como é chato ter de
conviver com um fofoqueiro. Você terá de tomar o mesmo comportamento com o competitivo:
ser o mais discreto possível com essa pessoa e o que falará para ela. Confiança
com esses profissionais, é o último sentimento que deve motivar sua convivência.
Mas, como se não fosse o bastante espalhar notícias de sua vida sem permissão,
esse colega também pode inventar.
“Nesse caso, o melhor meio de lidar com essa
situação é ser o mais sincero possível. Isso é, se ele inventou algo de você e
espalhou, reuna os envolvidos, inclusive quem inventou, e esclareça. Mostre que
ele está errado”, analisa a gerente.
“Mr. Ideias”
Ele é uma mistura dos competitivos e chatos.
Pessoas assim são caracterizadas por sua sede de proatividade ao extremo e se
destacar de outros colegas. Trabalho em equipe passa longe de seus objetivos.
Mas você também pode fazer sua parte para se livrar deles. “Além de se reservar
com projetos e ideiais profissionais, se posicione. Se ele interver em alguma
fala sua ou impor algo para se sobressair, cabe a você ser maduro e explicar na
hora que ele não está dando abertura para os outros falarem”, ressalta Monah.
Braço Curto
Essa pessoa se limita a realizar seus afazeres
e ao final do expediente, mesmo que a maioria dos colegas ainda esteja
realizando tarefas arduamente, ele pega suas coisas e vai embora. Ele é o
oposto do “Mr. Ideias”, isso é, não tem proatividade. Ele também acaba desmotivando
seus colegas que se esforçam pela empresa.
“Cabe aos superiores dar uma solução, pois eles
precisam estar de olho em quem produz mais ou menos dentro da empresa. Já com o
colega dessa pessoa, ele vai analisar se isso está prejudicando seu desempenho
e se não é apenas uma ‘dor de cotovelo’. Se estiver atrapalhando, é preciso
conversar com ele e com o gestor sobre sua desmotivação”.
O “aberto”
Ele fala demais de sua vida pessoal e chega ao
ponto de tocar em questões que nem você gostaria de ouvir. Não cansado de falar
da própria vida, quer saber de sua, em detalhes sórdidos. Não é legal ficar se
esquivando o tempo todo e mudando de assunto para tentar conter tamanha curiosidade.
A melhor forma, segundo conta a gerente, é se
mostrar indiferente a esses assuntos. Ouve uma vez ou até duas vezes, mas
depois dá um toque, faça um corte tranquilo e amigável. Explique ou use
exemplos de como pode ser ruim essa exposição exagerada, ele entenderá e não se
ressentirá de você.
Invejoso
Dentro desse perfil há dos tipos de profissionais:
aqueles que você já identifica logo no começo e aquele que demora para
perceber. O segundo pode trazer estragos ainda maiores, mas assim que identificado,
excluí-lo de suas conversas, amizades e círculos de confiança é a melhor
maneira de lidar com ele.
Mas antes de tomar qualquer atitude em qualquer
desse perfil é interessante conversar com alguém de confiança que esteja fora
do seu trabalho, como um amigo, familiar ou seu cônjugue. “Naturalmente todos
nós carregamos cada um desses perfis e, às vezes, exergamos coisas que não
existem. Não é justo caracterizar o profissional por erros cometidos em uma ou
duas vezes”, conclui a gerente.
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