Nosso objetivo é democratizar informações sobre investimentos. Na Empiricus, eu faço parte da Consultoria Personalizada e tenho contato diário com o universo dos melhores investimentos. Assumo o compromisso de repassar a vocês – aqui nesta newsletter – as orientações que costumam estar disponíveis apenas aos clientes multimilionários dos bancos.
Foi justamente daí que surgiu o nome desta newsletter: CR Private. O “cliente especial” é você, que acompanha os conteúdos do Criando Riqueza. Na verdade, o mais correto seria dizer “leitor especial”, pois nós não oferecemos produtos financeiros.
Não somos uma corretora e não temos relação com bancos. Exatamente por isso a nossa equipe tem liberdade e independência para escrever nossa opinião verdadeira, o que realmente achamos que é bom para nossos leitores conseguirem proteger seu patrimônio e ganhar mais dinheiro.
Para a newsletter inaugural do CR Private, escolhi uma questão importante para qualquer pessoa que queria construir um patrimônio:
Você sabe de quanto dinheiro você precisa para investir?
Veja a pergunta do leitor Gustavo S.:
Consigo (e vale a pena) entrar na bolsa com menos de R$ 10.000,00?
Sempre recebemos dúvidas similares a esta, como por exemplo: “Mas qual o valor do investimento?” “De quanto preciso para começar?”
Por isso, hoje respondo a essa dúvida, desejando que nossos leitores comecem a investir melhor o mais rápido possível. Começo já com uma ótima notícia para animar seu dia:
É possível investir bem com pouco dinheiro!
Isso explica a imagem que colocamos no início deste texto: um porquinho sendo engordado com uma nota de R$ 50. Vou mostrar logo abaixo como ter ótimos retornos investindo valores inclusive menores que cinquenta reais.
Antes de seguir, preciso dizer que mais importante do que pensar no valor que você tem para investir é saber quais produtos são adequados ao seu perfil.
É muito comum os leitores nos perguntarem: Tenho R$ 1 mil, onde posso investir? Tenho R$ 5 mil, como começo a aplicar?
Mas a resposta vai depender não somente do valor, mas principalmente da situação e do perfil de cada um. Só porque você tem o valor que permite comprar ações, não quer dizer que necessariamente teria que comprá-las. A decisão depende de outros aspectos. Por isso, optei por dividir os tópicos abaixo por produtos, é claro, dizendo também os valores necessários para o investimento.
Começaremos falando sobre a “menina dos olhos” dos investidores hoje em dia: os títulos doTesouro Direto.
1) Tesouro Direto – título Tesouro Selic: em torno de R$ 75
A essa altura, esperamos que nossos leitores já tenham captado a mensagem de que a poupança não deve ser considerada um bom investimento, uma vez que seus rendimentos (atualmente inferiores a 7,9% ao ano) são insuficientes para compensar a inflação que temos hoje (previsão de variação do IPCA já está acima de 10% para 2015).
Portanto, nosso objetivo hoje é ensiná-los a ter retornos bem maiores do que o oferecido pela poupança, com maior segurança, facilidade de aplicação, possibilidade de resgate em D+1 (o que quer dizer: no dia seguinte da venda) e baixo valor inicial exigido.
O Tesouro Selic é um título público pós-fixado, emitido pelo Tesouro Nacional, cuja rentabilidade segue a variação da taxa Selic, a taxa de juros básica da economia (hoje em 14,25% a.a.).
Esse título possui rentabilidade diária e seu valor de mercado, por acompanhar a taxa Selic, apresenta baixa volatilidade, evitando perdas no caso de venda antecipada.
Ou seja, o investidor não corre o risco de perder dinheiro se precisar resgatar o dinheiro antes da data de vencimento do título. Já a rentabilidade da poupança ocorre apenas nos “aniversários” – de mês em mês – após a data de aplicação, o que gera perda de rendimentos para quem resgatar antes da data de aniversário.
Nos títulos do Tesouro Direto há incidência de imposto de renda (retido na fonte), o que não ocorre na poupança, mas mesmo assim sua rentabilidade continua bem mais atrativa do que na caderneta. A alíquota de IR é regressiva, ou seja, diminui com o tempo, conforme a tabela abaixo:
Fazendo uma simulação de um investimento no Tesouro Selic, pelo prazo de 1 ano, por uma corretora que cobra 0,1% ao ano de taxa de administração e supondo que a taxa Selic se mantenha em 14,25% a.a., chegamos a rentabilidade líquida de 11,4% ao ano, já descontadas taxas da corretora e da bolsa de valores e o imposto de renda.
Veja aqui a calculadora do site do Tesouro, que usamos para fazer simulações.
Na briga com a poupança, é nítido que o Tesouro Selic ganha de lavada. Mas como fica a disputa com os chamados fundos DI?
Uma das vantagens do Tesouro Selic frente aos fundos DI é a ausência de cobrança de imposto via come-cotas (recolhido semestralmente). Como a parcela do IR permanece no título do tesouro até o resgate, esse valor continua a render juros, favorecendo a sua rentabilidade final.
Democracia!
O Tesouro Direto é democrático, pois a rentabilidade não depende de quanto dinheiro você tem. A taxa de custódia cobrada pela Bolsa (0,3% ao ano) também não varia conforme o valor investido. Ou seja, será igual para quem investir R$ 75 ou R$ 1 milhão.
Sugerimos a compra do Tesouro Selic via uma corretora independente, que cobrará uma taxa de administração entre 0% a 0,2% ao ano, bem menores do que as cobradas pelos bancos comerciais para os mesmos títulos do Tesouro (em torno de 0,4% e 0,5% ao ano).
Como a taxa é um percentual do valor que você aplica, não faz diferença investir pouco dinheiro ou muito dinheiro de uma vez.
No site do Tesouro Direto, você pode verificar as taxas aplicadas por todas as instituições no“Ranking dos Agentes de Custódia”.
Ao investir em um fundo DI de um banco, que basicamente compra Tesouro Selic, com valores baixos, você poderá chegar a pagar taxas absurdas de administração. Podemos citar como exemplo um fundo do Bradesco chamado HiperFundo, que cobra taxa de administração de 3,9% ao ano, o que faz com que essa opção seja ainda pior que a poupança.
Resumindo, recomendamos a todos os nossos leitores a compra do Tesouro Selic para a formação do “colchão de liquidez” ou “fundo de reserva”, termos que utilizamos para aplicações de baixo risco e que possuem resgate imediato para atender as necessidades de curto prazo.
Indicamos ter de 6 a 12 meses de seus gastos mensais no Tesouro Selic ou em aplicação semelhantes, antes de investir em outros tipos de ativos que falaremos abaixo.
2) Tesouro Prefixado: Investimento necessário em torno de apenas R$ 30
Neste caso, você sabe exatamente a rentabilidade que irá receber se mantiver o título até a data de vencimento.
Para cada unidade de título, o valor bruto a ser recebido no vencimento é de R$1.000,00. Como podemos ver na tabela abaixo, o título Tesouro Prefixado com vencimento em 2021, por exemplo, tem o preço de R$ 479,45 e oferece retorno de 15,52% ao ano. Esta é a taxa necessária para o título chegar no valor de R$ 1.000,00 no vencimento.
Veja abaixo tabela do site do Tesouro Direto com as taxas e preços dos títulos públicos:
A quantidade mínima de compra é a fração de 0,01 título, ou seja, 1% do valor de um título, desde que respeitado o valor mínimo de R$ 30. O investidor pode comprar 0,01 título; 0,02 título; 0,03 título e assim por diante.
Consideramos atrativas as taxas oferecidas no momento para os prefixados, pensando no investimento de longo prazo (acima de dois anos). Você pode optar por títulos com pagamento de juros semestrais ou com resgate apenas no vencimento. No Tesouro Direto estão sendo negociados títulos prefixados com vencimentos em 2018, 2021 e 2025 (esse último com juros semestrais).
Sugerimos escolher o prazo que mais se adeque ao seu plano de investimento. Também sugerimos manter os títulos até o vencimento, pois apesar de possuir liquidez diária, o preço do título é marcado a mercado – o que quer dizer que pode flutuar para cima como para baixo. Assim, o investidor poderá ser penalizado em resgates antecipados, como explicamos no curso“Investimentos para Leigos”.
3) Tesouro IPCA+: Investimento necessário em torno de apenas R$ 30.
Este título proporciona rentabilidade real, ou seja, garante o aumento do poder de compra do seu dinheiro, pois seu rendimento é composto por duas parcelas: uma taxa de juros prefixada mais a variação da inflação (IPCA).
Desse modo, independentemente da variação da inflação, a rentabilidade total do título sempre será superior a ela. O retorno real, nesse caso, é dada pela taxa de juros prefixada, contratada no momento da compra do título.
Assim como nos títulos prefixados, você pode optar por títulos com pagamento de juros semestrais ou apenas no vencimento. Hoje os títulos indexados ao IPCA estão pagando taxas de retorno próximas de 7% ao ano + a variação do IPCA, que consideramos uma ótima taxa para compra visando o longo prazo.
No Tesouro Direto estão sendo negociados títulos IPCA+ com vencimentos em 2019, 2020 (com juros semestrais), 2024, 2035 (com ou sem juros semestrais) e 2050 (com juros semestrais).
Sugerimos escolher o prazo que mais se adeque ao seu plano de investimento e também sugerimos manter os títulos até seu vencimento, pois assim como no caso do prefixado, apesar de possuir liquidez diária, o preço do título é marcado a mercado – o que quer dizer que pode flutuar para cima como para baixo. Assim, o investidor poderá ser penalizado em resgates antecipados.
4) CDB/LC/LCA/LCI de bancos de médio porte via corretora independente: Acima de R$ 5 mil
Dando nome aos bois:
CDB: Certificado de Depósito Bancário
LC: Letra de Câmbio
LCA: Letra de Crédito do Agronegócio
LCI: Letra de Crédito Imobiliário
Já explicamos bastante sobre esses títulos de renda fixa em nossas newsletters e relatórios anteriores, inclusive ensinado como comparar os retornos entre eles. Na maior parte das vezes, as LCAs e LCIs oferecem rentabilidades melhores que os CDBs e LCs por serem isentas de imposto de renda para pessoa física. No CDB e na LC incide alíquota de IR conforme a tabela regressiva de renda fixa (que coloquei mais para cima, na parte do Tesouro Selic).
Sugiro comprar LCAs e LCIs que paguem acima de 93% do CDI de bancos de médio porte com bons ratings atribuídos pelas agência de risco. Por exemplo: ABC, Paraná, BMG, Original, Caixa Geral, Paulista, Indusval, Fibra, Fator, BrPartners, Pine e Votorantim.
E CDBs e LCs com taxa de retorno maior que 110% do CDI.
Importante: Não ultrapassar R$ 250 mil por banco emissor para estar dentro do valor assegurado pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Lembrando que este teto deve ser a soma do valor aplicado e do valor que o dinheiro renderá na aplicação até o vencimento.
Estes investimentos geralmente possuem vencimentos fixos, portanto não permitem resgates antes do vencimento. Assim, sugiro se atentar ao prazo mais adequado que atenda suas necessidades ou objetivos. Indico para prazos entre 3 meses e 2 anos.
Os valores mínimos para aplicação inicial nestes títulos de renda fixa dependem do banco emissor e, por isso, podem variar. Pelo que temos visto no mercado os valores exigidos partem de R$ 5 mil.
Essa foi a primeira parte do meu texto inaugural “De quanto dinheiro preciso para começar a investir?” Na próxima newsletter do CR Private, que enviarei na próxima quarta-feira (25/11/2015), você poderá ler a segunda parte. Darei sequência ao tema explicando os valores necessários para investir de forma eficiente nos produtos descritos abaixo. Acompanhe!
5) Ações
6) Fundos Imobiliários
7) Dólar
8) Previdência
Não é preciso ser rico para investir, é preciso disciplina com suas finanças. Quanto antes começar, melhor!
Walter Poladian
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