terça-feira, 8 de março de 2016

O que é Big Data?

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Introdução

Você já parou para pensar na quantidade e variedade de dados que geramos e armazenamos a cada dia? Bancos, companhias aéreas, operadoras de telefonia, serviços de busca on-line e redes varejistas são apenas alguns dos inúmeros exemplos de empresas que convivem diariamente com grandes volumes de informações. Mas apenas ter dados não basta: é importante conseguir e saber usá-los. É aí que o conceito de Big Data entra em cena.

Neste texto, você verá o que é Big Data, entenderá o porquê de este nome estar cada vez mais presente no vocabulário dos ambientes de Tecnologia da Informação (TI) e compreenderá os motivos que levam o conceito a contribuir para o cotidiano de empresas, governos e demais instituições

O conceito de Big Data


A princípio, podemos definir o conceito de Big Data como sendo conjuntos de dados extremamente amplos e que, por este motivo, necessitam de ferramentas especialmente preparadas para lidar com grandes volumes, de forma que toda e qualquer informação nestes meios possa ser encontrada, analisada e aproveitada em tempo hábil.
De maneira mais simplista, a ideia também pode ser compreendida como a análise de grandes quantidades de dados para a geração de resultados importantes que, em volumes menores, dificilmente seriam alcançados.
Big DataNão é difícil entender o cenário em que o conceito se aplica: trocamos milhões de e-mails por dia; milhares de transações bancárias acontecem no mundo a cada segundo; soluções sofisticadas gerenciam a cadeia de suprimentos de várias fábricas neste exato momento; operadoras registram a todo instante chamadas e tráfego de dados do crescente número de linhas móveis no mundo todo; sistemas de ERP coordenam os setores de inúmeras companhias. Enfim, exemplos não faltam - se te perguntarem, você certamente será capaz de apontar outros sem fazer esforço.
Informação é poder, logo, se uma empresa souber como utilizar os dados que tem em mãos, poderá entender como melhorar um produto, como criar uma estratégia de marketing mais eficiente, como cortar gastos, como produzir mais em menos tempo, como evitar o desperdício de recursos, como superar um concorrente, como disponibilizar serviços para a um cliente especial de maneira satisfatória e assim por diante.
Perceba, estamos falando de fatores que podem inclusive ser decisivos para o futuro de uma companhia. Mas, Big Data é um nome relativamente recente (ou, ao menos, começou a aparecer na mídia recentemente). Isso significa que somente nos últimos anos é que as empresas descobriram a necessidade de fazer melhor uso de seus grandes bancos de dados?
Pode ter certeza que não. Há tempos que departamentos de TI contemplam aplicações de Data Mining, Business Intelligence e CRM (Customer Relationship Management), por exemplo, para tratar justamente de análise de dados, tomadas de decisões e outros aspectos relacionados ao negócio.
A proposta de uma solução de Big Data é a de oferecer uma abordagem ampla no tratamento do aspecto cada vez mais "caótico" dos dados para tornar as referidas aplicações e todas as outras mais eficientes e precisas. Para tanto, o conceito considera não somente grandes quantidades de dados, a velocidade de análise e a disponibilização destes, como também a relação com e entre os volumes.
O Facebook é um exemplo de empresa que se beneficia de Big Data
O Facebook é um exemplo de empresa que se beneficia de Big Data: as bases de dados do serviço aumentam todo dia e são utilizadas para determinar relações, preferências e comportamentos dos usuários
Por que Big Data é tão importante?
Lidamos com dados desde os primórdios da humanidade. Acontece que, nos tempos atuais, os avanços computacionais nos permitem guardar, organizar e analisar dados muito mais facilmente e com frequência muito maior.
Este panorama está longe de deixar de ser crescente. Basta imaginar, por exemplo, que vários dispositivos em nossas casas - geladeiras, TVs, lavadoras de roupa, cafeteiras, entre outros - deverão estar conectados à internet em um futuro não muito distante. Esta previsão está dentro do que se conhece como Internet das Coisas.
Se olharmos para o que temos agora, já veremos uma grande mudança em relação às décadas anteriores: tomando como base apenas a internet, pense na quantidade de dados que são gerados diariamente somente nas redes sociais; repare na imensa quantidade de sites na Web; perceba que você é capaz de fazer compras on-line por meio até do seu celular, quando o máximo de informatização que as lojas tinham em um passado não muito distante eram sistemas isolados para gerenciar os seus estabelecimentos físicos.
As tecnologias atuais nos permitiram - e permitem - aumentar exponencialmente a quantidade de informações no mundo e, agora, empresas, governos e outras instituições precisam saber lidar com esta "explosão" de dados. O Big Data se propõe a ajudar nesta tarefa, uma vez que as ferramentas computacionais usadas até então para gestão de dados, por si só, já não podem fazê-lo satisfatoriamente.
A quantidade de dados gerada e armazenada diariamente chegou a tal ponto que, hoje, uma estrutura centralizada de processamento de dados já não faz mais sentido para a maioria absoluta das grandes entidades. O Google, por exemplo, possui vários data centers para dar conta de suas operações, mas trata todos de maneira integrada. Este "particionamento estrutural", é bom destacar, não é uma barreira para o Big Data - em tempos de computação nas nuvens, nada mas trivial.
Os 'Vs' do Big Data: volume, velocidade, variedade, veracidade e valor
No intuito de deixar a ideia de Big Data mais clara, alguns especialistas passaram a resumir o assunto em aspectos que conseguem descrever satisfatoriamente a base do conceito: os cincos 'Vs' - volume, velocidade e variedade, com os fatores veracidade e valor aparecendo posteriormente.
O aspecto do volume (volume) você já conhece. Estamos falando de quantidades de dados realmente grandes, que crescem exponencialmente e que, não raramente, são subutilizados justamente por estarem nestas condições.
Velocidade (velocity) é outro ponto que você já assimilou. Para dar conta de determinados problemas, o tratamento dos dados (obtenção, gravação, atualização, enfim) deve ser feito em tempo hábil - muitas vezes em tempo real. Se o tamanho do banco de dados for um fator limitante, o negócio pode ser prejudicado: imagine, por exemplo, o transtorno que uma operadora de cartão de crédito teria - e causaria - se demorasse horas para aprovar um transação de um cliente pelo fato de o seu sistema de segurança não conseguir analisar rapidamente todos os dados que podem indicar uma fraude.
Variedade (variety) é outro aspecto importante. Os volume de dados que temos hoje são consequência também da diversidade de informações. Temos dados em formato estruturados, isto é, armazenados em bancos como PostgreSQL e Oracle, e dados não estruturados oriundos de inúmeras fontes, como documentos, imagens, áudios, vídeos e assim por diante. É necessário saber tratar a variedade como parte de um todo - um tipo de dado pode ser inútil se não for associado a outros.
O ponto de vista da veracidade (veracity) também pode ser considerado, pois não adianta muita coisa lidar com a combinação "volume + velocidade + variedade" se houver dados não confiáveis. É necessário que haja processos que garantam o máximo possível a consistência dos dados. Voltando ao exemplo da operadora de cartão de crédito, imagine o problema que a empresa teria se o seu sistema bloqueasse uma transação genuína por analisar dados não condizentes com a realidade.
Informação não é só poder, informação também é patrimônio. A combinação "volume + velocidade + variedade + veracidade", além de todo e qualquer outro aspecto que caracteriza uma solução de Big Data, se mostrará inviável se o resultado não trouxer benefícios significativos e que compensem o investimento. Este é o ponto de vista do valor (value).
É claro que estes cinco aspectos não precisam ser tomados como a definição perfeita. Há quem acredite, por exemplo, que a combinação "volume + velocidade + variedade" seja suficiente para transmitir uma noção aceitável do Big Data. Sob esta óptica, os aspectos da veracidade e do valor seriam desnecessários, porque já estão implícitos no negócio - qualquer entidade séria sabe que precisa de dados consistentes; nenhuma entidade toma decisões e investe se não houver expectativa de retorno.
O destaque para estes dois pontos talvez seja mesmo desnecessário por fazer referência ao que parece óbvio. Por outro lado, a sua consideração pode ser relevante porque reforça os cuidados necessários a estes aspectos: uma empresa pode estar analisando redes sociais para obter uma avaliação da imagem que os clientes têm de seus produtos, mas será que estas informações são confiáveis ao ponto de não ser necessário a adoção de procedimentos mais criteriosos? Será que não se faz necessário um estudo mais profundo para diminuir os riscos de um investimento antes de efetuá-lo?
De qualquer forma, os três primeiros 'Vs' - volume, velocidade e variedade - podem até não oferecer a melhor definição do conceito, mas não estão longe de fazê-lo. Entende-se que Big Data trata apenas de enormes quantidades de dados, todavia, você pode ter um volume não muito grande, mas que ainda se encaixa no contexto por causa dos fatores velocidade e variedade.
Soluções de Big Data
Além de lidar com volumes extremamente grandes de dados dos mais variados tipos, soluções de Big Data também precisam trabalhar com distribuição de processamento e elasticidade, isto é, suportar aplicações com volumes de dados que crescem substancialmente em pouco tempo.
O problema é que os bancos de dados "tradicionais", especialmente aqueles que exploram o modelo relacional, como o MySQL, o PostgreSQL e o Oracle, não se mostram adequados a estes requisitos, já que são menos flexíveis.
Isso acontece porque bancos de dados relacionais normalmente se baseiam em quatro propriedades que tornam a sua adoção segura e eficiente, razão pela qual soluções do tipo são tão populares: Atomicidade, Consistência, Isolamento e Durabilidade. Esta combinação é conhecida como ACID, sigla para o uso destes termos em inglês: Atomicity, Consistency, Isolation e Durability. Vejamos uma breve descrição de cada uma:
  • Atomicidade: toda transação deve ser atômica, isto é, só pode ser considerada efetivada se executada completamente;
  • Consistência: todas as regras aplicadas ao banco de dados devem ser seguidas;
  • Isolamento: nenhuma transação pode interferir em outra que esteja em andamento ao mesmo tempo;
  • Durabilidade: uma vez que a transação esteja concluída, os dados consequentes não podem ser perdidos.
O problema é que este conjunto de propriedades é por demais restritivo para uma solução de Big Data. A elasticidade, por exemplo, pode ser inviabilizada pela atomicidade e pela consistência. É neste ponto que entra em cena o conceito de NoSQL, denominação que muitos atribuem à expressão em inglês "Not only SQL", que em tradução livre significa "Não apenas SQL" (SQL -Structured Query Language - é, em poucas palavras, uma linguagem própria para se trabalhar com bancos de dados relacionais).
O NoSQL faz referência às soluções de bancos de dados que possibilitam armazenamento de diversas formas, não se limitando ao modelo relacional tradicional. Bancos do tipo são mais flexíveis, sendo inclusive compatíveis com um grupo de premissas que "compete" com as propriedades ACID: a BASE (Basically Available, Soft state, Eventually consistency - Basicamente disponível, Estado Leve, Eventualmente consistente).
Não é que bancos de dados relacionais tenham ficado ultrapassados - eles são e continuarão por muito tempo sendo úteis a uma série de aplicações. O que acontece é que, geralmente, quanto maior um banco de dados se torna, mais custoso e trabalhoso ele fica: é preciso otimizar, acrescentar novos servidores, empregar mais especialistas em sua manutenção, enfim.
Via de regra, escalar (torná-lo maior) um bancos de dados NoSQL é mais fácil e menos custoso. Isso é possível porque, além de contar com propriedades mais flexíveis, bancos do tipo já são otimizados para trabalhar com processamento paralelo, distribuição global (vários data centers), aumento imediato de sua capacidade e outros.
Além disso, há mais de uma categoria de banco de dados NoSQL, fazendo com que soluções do tipo possam atender à grande variedade de dados que existe, tanto estrurados, quanto não estruturados: bancos de dados orientados a documentos, bancos de dados chave/valor, bancos de dados de grafos, enfim.
Exemplos de bancos de dado NoSQL são o Cassandra, o MongoDB, o HBase, o CouchDB e o Redis. Mas, quando o assunto é Big Data, apenas um banco de dados do tipo não basta. É necessário também contar com ferramentas que permitam o tratamento dos volumes. Neste ponto, o Hadoop é, de longe, a principal referência.
Exemplos de bancos de dados noSQL: Cassandra, MongoDB, HBase, CouchDB e Redis
Exemplos de bancos de dados noSQL: Cassandra, MongoDB, HBase, CouchDB e Redis

O que é Hadoop?

O Hadoop é uma plataforma open source desenvolvida especialmente para processamento e análise de grandes volumes de dados, sejam eles estruturados ou não estruturados. O projeto é mantido pela Apache Foundation, mas conta com a colaboração de várias empresas, como Yahoo!, Facebook, Google e IBM.
Pode-se dizer que o projeto teve início em meados de 2003, quando o Google criou um modelo de programação que distribui o processamento a ser realizado entre vários computadores para ajudar o seu mecanismo de busca a ficar mais rápido e livre da necessidades de servidores poderosos (e caros). Esta tecnologia recebeu o nome de MapReduce.
Alguns meses depois, o Google apresentou o Google File System (GFS), um *sistema de arquivos especialmente preparado para lidar com processamento distribuído e, como não poderia deixar de ser no caso de uma empresa como esta, grandes volumes de dados (em grandezas de terabytes ou mesmo petabytes).
*Em poucas palavras, o sistema de arquivos é um conjunto de instruções que determina como os dados devem ser guardados, acessados, copiados, alterados, nomeados, eliminados e assim por diante.
Em 2004, uma implementação open source do GFS foi incorporada ao Nutch, um projeto de motor de busca para a Web. O Nutch enfrentava problemas de escala - não conseguia lidar com um volume grande de páginas - e a variação do GFS, que recebeu o nome Nutch Distributed Filesystem(NDFS), se mostrou como uma solução. No ano seguinte, o Nutch já contava também com uma implementação do MapReduce.
Na verdade, o Nutch fazia parte de um projeto maior: uma biblioteca para indexação de páginas chamada Lucene. Os responsáveis por estes trabalhos logo viram que o que tinham em mãos também poderia ser usado em aplicações diferentes das buscas na Web. Esta percepção motivou a criação de outro projeto que engloba características do Nutch e do Lucene: o Hadoop, cuja implementação do sistema de arquivos recebeu o nome de Hadoop Distributed File System (HDFS).
O Hadoop é tido como uma solução adequada para Big Data por vários motivos:
- É um projeto open source, como já informado, fato que permite a sua modificação para fins de customização e o torna suscetível a melhorias constantes graças à sua rede de colaboração. Por causa desta característica, vários projetos derivados ou complementares foram - e ainda são - criados;
- Proporciona economia, já que não exige o pagamento de licenças e suporta hardware convencional, permitindo a criação de projetos com máquinas consideravelmente mais baratas;
- O Hadoop conta, por padrão, com recursos de tolerância a falhas, como replicação de dados;
- O Hadoop é escalável: havendo necessidade de processamento para suportar maior quantidade de dados, é possível acrescentar computadores sem necessidade de realizar reconfigurações complexas no sistema.
É claro que o Hadoop pode ser usado em conjunto com bancos de dados NoSQL. A própria Apache Foundation mantém uma solução do tipo que é uma espécie de subprojeto do Hadoop: o já mencionado banco de dados HBase, que funciona atrelado ao HDFS.
Logotipo do Hadoop A denominação Hadoop tem uma origem inusitada: este é o nome que o filho de Doug Cutting, principal nome por trás do projeto, deu ao seu elefante de pelúcia amarelo
O Hadoop, é bom frisar, é a opção de maior destaque, mas não é a única. É possível encontrar outras soluções compatíveis com NoSQL ou que são baseadas em Massively Parallel Processing(MPP), por exemplo.

Finalizando
Não podemos considerar as soluções de Big Data como um arsenal computacional perfeito: sistemas do tipo são complexos, ainda desconhecidos por muitos gestores e profissionais de TI e a sua própria definição ainda é passível de discussão.
O fato é que a ideia de Big Data reflete um cenário real: há, cada vez mais, volumes de dados gigantescos e que, portanto, exigem uma abordagem capaz de aproveitá-los ao máximo. Apenas para dar uma noção deste desafio, a IBM divulgou no final de 2012 que, de acordo com as suas estimativas, 90% dos dados disponíveis no mundo foram gerados apenas nos dois anos anteriores. Até o final de 2015, este volume todo terá aumentado pelo menos duas vezes. Diante deste ponto de vista, é um tanto precipitado encarar a expressão "Big Data" como uma mero "termo da moda".

A maior e a mais grave crise em décadas !

Trabalhamos cinco meses, somente para pagar impostos, financiando os gastos incontroláveis dos governos federal, estadual e municipal, a corrupção invade diariamente as manchetes dos jornais e os noticiários da TV e, não escolhendo partidos políticos, a corrupção encontra-se para todos os lados.
O PIB ficou em (-3,8%)  em 2015,  o segmento da indústria com (-6,5%), os serviços com (-2,7%) e, só a agropecuária salvou-se com (+1,8%) mas em 2016, os especialistas alertam para a sua contaminação, foi o sétimo mês consecutivo de retração, um recorde para a Dilma.
A inflação chegando nos dois dígitos, desemprego que não para de crescer, país em recessão e juros na alturas.
Para o nosso futuro, resta apenas a certeza de que a conta de tudo isso recairá sobre  a gente, pagando mais impostos  ou nos impactos diretos na nossa qualidade de vida e de nossos familiares.
Segundo a IstoÉ, Delcídio delatou Lula, Dilma, Palocci e Erenice Guerra, entre outros, FALTA POUCO PARA O IMPEACHMENT.  
E, depois ... precisaremos escolher melhor nossos representantes, acorda povo brasileiro !
 

 
 

quinta-feira, 3 de março de 2016

De quanto dinheiro preciso para começar a investir?



Nosso objetivo é democratizar informações sobre investimentos. Na Empiricus, eu faço parte da Consultoria Personalizada e tenho contato diário com o universo dos melhores investimentos. Assumo o compromisso de repassar a vocês – aqui nesta newsletter – as orientações que costumam estar disponíveis apenas aos clientes multimilionários dos bancos.
Foi justamente daí que surgiu o nome desta newsletter: CR Private. O “cliente especial” é você, que acompanha os conteúdos do Criando Riqueza. Na verdade, o mais correto seria dizer “leitor especial”, pois nós não oferecemos produtos financeiros.
Não somos uma corretora e não temos relação com bancos. Exatamente por isso a nossa equipe tem liberdade e independência para escrever nossa opinião verdadeira, o que realmente achamos que é bom para nossos leitores conseguirem proteger seu patrimônio e ganhar mais dinheiro.
Para a newsletter inaugural do CR Private, escolhi uma questão importante para qualquer pessoa que queria construir um patrimônio:
Você sabe de quanto dinheiro você precisa para investir?
Veja a pergunta do leitor Gustavo S.:
Consigo (e vale a pena) entrar na bolsa com menos de R$ 10.000,00?
Sempre recebemos dúvidas similares a esta, como por exemplo:  “Mas qual o valor do investimento?” “De quanto preciso para começar?”
Por isso, hoje respondo a essa dúvida, desejando que nossos leitores comecem a investir melhor o mais rápido possível. Começo já com uma ótima notícia para animar seu dia:
É possível investir bem com pouco dinheiro!
Isso explica a imagem que colocamos no início deste texto: um porquinho sendo engordado com uma nota de R$ 50. Vou mostrar logo abaixo como ter ótimos retornos investindo valores inclusive menores que cinquenta reais.
Antes de seguir, preciso dizer que mais importante do que pensar no valor que você tem para investir é saber quais produtos são adequados ao seu perfil.
É muito comum os leitores nos perguntarem: Tenho R$ 1 mil, onde posso investir? Tenho R$ 5 mil, como começo a aplicar?
Mas a resposta vai depender não somente do valor, mas principalmente da situação e do perfil de cada um. Só porque você tem o valor que permite comprar ações, não quer dizer que necessariamente teria que comprá-las. A decisão depende de outros aspectos. Por isso, optei por dividir os tópicos abaixo por produtos, é claro, dizendo também os valores necessários para o investimento.
Começaremos falando sobre a “menina dos olhos” dos investidores hoje em dia: os títulos doTesouro Direto.
1) Tesouro Direto – título Tesouro Selic: em torno de R$ 75
A essa altura, esperamos que nossos leitores já tenham captado a mensagem de que a poupança não deve ser considerada um bom investimento, uma vez que seus rendimentos (atualmente inferiores a 7,9% ao ano) são insuficientes para compensar a inflação que temos hoje (previsão de variação do IPCA já está acima de 10% para 2015).
Portanto, nosso objetivo hoje é ensiná-los a ter retornos bem maiores do que o oferecido pela poupança, com maior segurança, facilidade de aplicação, possibilidade de resgate em D+1 (o que quer dizer: no dia seguinte da venda) e baixo valor inicial exigido.
O Tesouro Selic é um título público pós-fixado, emitido pelo Tesouro Nacional, cuja rentabilidade segue a variação da taxa Selic, a taxa de juros básica da economia (hoje em 14,25% a.a.).
Esse título possui rentabilidade diária e seu valor de mercado, por acompanhar a taxa Selic, apresenta baixa volatilidade, evitando perdas no caso de venda antecipada.
Ou seja, o investidor não corre o risco de perder dinheiro se precisar resgatar o dinheiro antes da data de vencimento do título. Já a rentabilidade da poupança ocorre apenas nos “aniversários” – de mês em mês – após a data de aplicação, o que gera perda de rendimentos para quem resgatar antes da data de aniversário.
Nos títulos do Tesouro Direto há incidência de imposto de renda (retido na fonte), o que não ocorre na poupança, mas mesmo assim sua rentabilidade continua bem mais atrativa do que na caderneta.  A alíquota de IR é regressiva, ou seja, diminui com o tempo, conforme a tabela abaixo:
 
 
Fazendo uma simulação de um investimento no Tesouro Selic, pelo prazo de 1 ano, por uma corretora que cobra 0,1% ao ano de taxa de administração e supondo que a taxa Selic se mantenha em 14,25% a.a., chegamos a rentabilidade líquida de 11,4% ao ano, já descontadas taxas da corretora e da bolsa de valores e o imposto de renda.
Veja aqui a calculadora do site do Tesouro, que usamos para fazer simulações.
Na briga com a poupança, é nítido que o Tesouro Selic ganha de lavada. Mas como fica a disputa com os chamados fundos DI?
Uma das vantagens do Tesouro Selic frente aos fundos DI é a ausência de cobrança de imposto via come-cotas (recolhido semestralmente). Como a parcela do IR permanece no título do tesouro até o resgate, esse valor continua a render juros, favorecendo a sua rentabilidade final.
Democracia!
O Tesouro Direto é democrático, pois a rentabilidade não depende de quanto dinheiro você tem. A taxa de custódia cobrada pela Bolsa (0,3% ao ano) também não varia conforme o valor investido. Ou seja,  será igual para quem investir R$ 75 ou R$ 1 milhão.
Sugerimos a compra do Tesouro Selic via uma corretora independente, que cobrará uma taxa de administração entre 0% a 0,2% ao ano, bem menores do que as cobradas pelos bancos comerciais para os mesmos títulos do Tesouro (em torno de 0,4% e 0,5% ao ano).
Como a taxa é um percentual do valor que você aplica, não faz diferença investir pouco dinheiro ou muito dinheiro de uma vez.
No site do Tesouro Direto, você pode verificar as taxas aplicadas por todas as instituições no“Ranking dos Agentes de Custódia”.
Ao investir em um fundo DI de um banco, que basicamente compra Tesouro Selic, com valores baixos, você poderá chegar a pagar taxas absurdas de administração. Podemos citar como exemplo um fundo do Bradesco chamado HiperFundo, que cobra taxa de administração de 3,9% ao ano, o que faz com que essa opção seja ainda pior que a poupança.
Resumindo, recomendamos a todos os nossos leitores a compra do Tesouro Selic para a formação do “colchão de liquidez” ou “fundo de reserva”, termos que utilizamos para aplicações de baixo risco e que possuem resgate imediato para atender as necessidades de curto prazo.
Indicamos ter de 6 a 12 meses de seus gastos mensais no Tesouro Selic ou em aplicação semelhantes, antes de investir em outros tipos de ativos que falaremos abaixo.
2) Tesouro Prefixado: Investimento necessário em torno de apenas R$ 30
Neste caso, você sabe exatamente a rentabilidade que irá receber se mantiver o título até a data de vencimento.
Para cada unidade de título, o valor bruto a ser recebido no vencimento é de R$1.000,00. Como podemos ver na tabela abaixo, o título Tesouro Prefixado com vencimento em 2021, por exemplo, tem o preço de R$ 479,45 e oferece retorno de 15,52% ao ano. Esta é a taxa necessária para o título chegar no valor de R$ 1.000,00 no vencimento.
Veja abaixo tabela do site do Tesouro Direto com as taxas e preços dos títulos públicos:
 
 
A quantidade mínima de compra é a fração de 0,01 título, ou seja, 1% do valor de um título, desde que respeitado o valor mínimo de R$ 30. O investidor pode comprar 0,01 título; 0,02 título; 0,03 título e assim por diante.
Consideramos atrativas as taxas oferecidas no momento para os prefixados, pensando no investimento de longo prazo (acima de dois anos). Você pode optar por títulos com pagamento de juros semestrais ou com resgate apenas no vencimento. No Tesouro Direto estão sendo negociados títulos prefixados com vencimentos em 2018, 2021 e 2025 (esse último com juros semestrais).
Sugerimos escolher o prazo que mais se adeque ao seu plano de investimento. Também sugerimos manter os títulos até o vencimento, pois apesar de possuir liquidez diária, o preço do título é marcado a mercado – o que quer dizer que pode flutuar para cima como para baixo. Assim, o investidor poderá ser penalizado em resgates antecipados, como explicamos no curso“Investimentos para Leigos”.
3) Tesouro IPCA+: Investimento necessário em torno de apenas R$ 30.
Este título proporciona rentabilidade real, ou seja, garante o aumento do poder de compra do seu dinheiro, pois seu rendimento é composto por duas parcelas: uma taxa de juros prefixada mais a variação da inflação (IPCA).
Desse modo, independentemente da variação da inflação, a rentabilidade total do título sempre será superior a ela. O retorno real, nesse caso, é dada pela taxa de juros prefixada, contratada no momento da compra do título.
Assim como nos títulos prefixados, você pode optar por títulos com pagamento de juros semestrais ou apenas no vencimento. Hoje os títulos indexados ao IPCA estão pagando taxas de retorno próximas de 7% ao ano + a variação do IPCA, que consideramos uma ótima taxa para compra visando o longo prazo.
No Tesouro Direto estão sendo negociados títulos IPCA+ com vencimentos em 2019, 2020 (com juros semestrais), 2024, 2035 (com ou sem juros semestrais) e 2050 (com juros semestrais).
Sugerimos escolher o prazo que mais se adeque ao seu plano de investimento e também sugerimos manter os títulos até seu vencimento, pois assim como no caso do prefixado, apesar de possuir liquidez diária, o preço do título é marcado a mercado – o que quer dizer que pode flutuar para cima como para baixo. Assim, o investidor poderá ser penalizado em resgates antecipados.
4) CDB/LC/LCA/LCI de bancos de médio porte via corretora independente: Acima de R$ 5 mil
Dando nome aos bois:
CDB: Certificado de Depósito Bancário
LC: Letra de Câmbio
LCA: Letra de Crédito do Agronegócio
LCI: Letra de Crédito Imobiliário
Já explicamos bastante sobre esses títulos de renda fixa em nossas newsletters e relatórios anteriores, inclusive ensinado como comparar os retornos entre eles. Na maior parte das vezes, as LCAs e LCIs oferecem rentabilidades melhores que os CDBs e LCs por serem isentas de imposto de renda para pessoa física. No CDB e na LC incide alíquota de IR conforme a tabela regressiva de renda fixa (que coloquei mais para cima, na parte do Tesouro Selic).
Sugiro comprar LCAs e LCIs que paguem acima de 93% do CDI de bancos de médio porte com bons ratings atribuídos pelas agência de risco. Por exemplo: ABC, Paraná, BMG, Original, Caixa Geral, Paulista, Indusval, Fibra, Fator, BrPartners, Pine e Votorantim.
E CDBs e LCs com taxa de retorno maior que 110% do CDI.
Importante: Não ultrapassar R$ 250 mil por banco emissor para estar dentro do valor assegurado pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Lembrando que este teto deve ser a soma do valor aplicado e do valor que o dinheiro renderá na aplicação até o vencimento.
Estes investimentos geralmente possuem vencimentos fixos, portanto não permitem resgates antes do vencimento.  Assim, sugiro se atentar ao prazo mais adequado que atenda suas necessidades ou objetivos. Indico para prazos entre 3 meses e 2 anos.
Os valores mínimos para aplicação inicial nestes títulos de renda fixa dependem do banco emissor e, por isso, podem variar. Pelo que temos visto no mercado os valores exigidos partem de R$ 5 mil.
Essa foi a primeira parte do meu texto inaugural “De quanto dinheiro preciso para começar a investir?” Na próxima newsletter do CR Private, que enviarei na próxima quarta-feira (25/11/2015), você poderá ler a segunda parte. Darei sequência ao tema explicando os valores necessários para investir de forma eficiente nos produtos descritos abaixo. Acompanhe!
5) Ações
6) Fundos Imobiliários
7) Dólar
8) Previdência
Não é preciso ser rico para investir, é preciso disciplina com suas finanças. Quanto antes começar, melhor!
Walter Poladian
 
 

Exercite a síntese de sua comunicação e pare de perder oportunidades

    Eu sempre fui muito sensível com as palavras. Talvez porque estudei Letras e uma das disciplinas, estilística, envolvia decifrar o que ...