terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Dólar, inflação e PIB. Quais são as previsões iniciais do mercado para 2016

  Analistas de mercado financeiro começaram o ano de 2016 pessimistas. A julgar pelas previsões, o futuro próximo não será nada fácil para a economia, e, por consequência, para os brasileiros.
As estimativas de inflação e crescimento divulgadas nesta segunda-feira (4) são ainda piores que as da última semana, tornadas públicas antes da virada do Ano Novo.
Os dados constam no relatório Focus, elaborado pelo Banco Central semanalmente a partir de consultas a analistas do mercado financeiro. Embora seja apenas a primeira previsão do ano, ela serve como um indicador para meses que virão.
Estas são algumas previsões:
-2,95%
queda prevista do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016
O PIB é o resultado da produtividade da economia do Brasil e indica se o país está crescendo ou está em recessão, caso do cenário atual. É um dos principais indicadores econômicos e, até o momento, é o que mais preocupa.
A primeira previsão dos analistas para 2016 foi feita em 28 de dezembro, prevendo uma retração de 2,81% no PIB para o ano que se inicia agora. O índice, que já era ruim, foi revisto para baixo uma semana depois.
No ano passado, o PIB também minguou. Inicialmente o mercado acreditava que 2015 terminaria com índice positivo de 0,5%. O resultado real só será divulgado em março, mas a previsão mais recente do próprio Banco Central é de que conta dos últimos 12 meses feche em -3,6%.
6,87%
índice IPCA previsto para 2016. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é considerado o índice oficial de inflação do país. O mercado aposta que ele vai chegar em 2016 a 6,87%, estourando o teto estabelecido pelo governo.
Esse teto funciona assim: o Banco Central trabalha com o sistema de metas de inflação, que procura estimular um limite para o IPCA. Atualmente o "centro da meta" é de 4,5% ao ano, com um limite de até 6,5%. Esse sistema procura dar segurança ao mercado e indicar que o governo se empenhará para ficar dentro daquele intervalo. Desde que assumiu, em 2011, a presidente Dilma Rousseff nunca conseguiu encerrar o ano no centro da meta.
O ano de 2015 é um exemplo. Em janeiro de 2015, a Pesquisa Focus estimou que o índice chegaria a 6,56% em dezembro. O dado real só será divulgado nos próximos dias, mas já se sabe que será maior que 10%, ou seja, não só fora do centro mas também longe do teto da meta.
R$ 4,21
é a previsão da cotação do dólar para o fim de 2016.
Essa é a mais incerta das previsões. São muitos os fatores, internos e externos, que podem influenciar o mercado de câmbio. O quanto o dólar vai valer no final de 2016 vai depender da saúde das contas do governo, dos juros nos Estados Unidos, da desaceleração da economia da China, grande compradora de alguns dos principais produtos exportados pelo Brasil, como minério de ferro e soja.
No começo de 2015, por exemplo, a pesquisa Focus estimava o dólar em R$ 2,80, bem abaixo dos R$ 3,94, valor verificado no último dia do ano.
Previsões mudam, mas indicam rumos
Os resultados dos índices de dólar, inflação e PIB terminaram 2015 bem diferentes dos previstos inicialmente. Para 2016, portanto, é difícil assegurar que as previsões se mantenham fieis aos dados divulgados nesta segunda-feira.
O economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria, lembra que todos os índices são revistos ao longo do ano e servem como um “balizador dos rumos” da economia. “Nos últimos anos o ambiente econômico tem passado por situações muito turbulentas. Com os dados que temos hoje, essas projeções [para 2016] estão de acordo com o cenário atual”, avalia.
Lilian Venturini e José Roberto Castro
04/Jan/2016
https://www.nexojornal.com.br

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