Saiba como encará-la da melhor forma.
Há momentos na carreira que se apresentam, ao mesmo tempo, como uma ameaça e uma oportunidade. São momentos tensos, delicados, em que é preciso manter o máximo de atenção e foco já que, nessas horas, um deslize pode ser a diferença entre ganhar e perder espaço. A troca do presidente da empresa ou de alguma diretoria à qual estejamos subordinados é um desses momentos.
O novo presidente, ou novo diretor, dificilmente vai demorar a fazer mudanças. Ele quer imprimir seu estilo, montar uma equipe de confiança e afastar possíveis adversários. Os ritmos se alteram, o dia-a-dia ganha outra velocidade. E todos entram, imediatamente, num processo de avaliação por parte desse novo chefe.
O que fazer?
Antes de tudo, colher informações. Quem é ele? De onde veio? Qual seu estilo de trabalho? O que pensa sobre o negócio que vai dirigir? Sabendo dessas coisas, quem enfrenta uma mudança de chefia terá melhores condições de se posicionar e estabelecer um diálogo proveitoso. Note que não se trata de procurar agradar apenas. Trata-se de identificar a direção que o negócio vai tomar para poder se preparar e mostrar resultados.
Não tenha dúvidas de que resultados rápidos são o melhor passaporte para sair do risco de corte e andar na direção do crescimento profissional. Ao entrar no cargo, o novo chefe está interessado em mostrar resultados e vai valorizar muito aquele que, dentro da equipe que assumiu, o ajudar nesse desafio.
Uma armadilha a ser evitada é tentar comparar, para o bem ou para o mal, o novo dirigente com o profissional que deixou o posto. Se a comparação for para o bem, ela pode acabar desmobilizando sua preocupação em se posicionar da melhor forma. Se for para o mal, pode provocar desânimo, prejudicando igualmente seu desempenho. A melhor estratégia é agir como se você fosse um recém-contratado, ávido por mostrar trabalho.
A chegada de um novo chefe deve ser encarada como um reinício, um momento em que será indispensável repensar nossa posição, nossas capacidades, nossas fraquezas profissionais. Ao mesmo tempo, é um momento de colaborar na tarefa de repensar o próprio negócio: posição, capacidade e fraquezas da organização. Pois a entrada de um novo presidente ou diretor não significa somente uma exigência de reinvenção de cada profissional é um momento de reinvenção da própria empresa.
Nesse processo, com todas as incertezas e inseguranças que ele gera, podem existir grandes oportunidades. Além de se reposicionar pessoalmente de acordo com os novos ventos, pergunte a você mesmo: de que forma posso contribuir para as mudanças que serão implementadas?
Para isso, será preciso não somente ter informações sobre o novo chefe, conhecer as próprias capacidades e as características da empresa, mas também a realidade mais ampla do mercado nacional e internacional em que o negócio está inserido.
Não há nenhum exagero nisso. A rigor, no cenário de competitividade em que estamos mergulhados, é bom estar sempre com essa lição de casa pronta haja ou não mudança de chefia. Pois dispor de tais informações, percepções e capacidade crítica e criativa é o que nos torna capazes de crescer em qualquer situação.
Artigo de autoria de Simon M. Franco, publicado na Edição 811 da Revista EXAME
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