Carlos Cruz, coach e conferencista em Desenvolvimento Humano e diretor da UP Treinamentos e Consultoria, explica que o executivo americano Jack Welch,
que, enquanto CEO da General Eletric, inovou com seu estilo inusitado de
liderar, tornando-se admirado por todo o mundo, classificava seus
funcionários de acordo com três perfis profissionais.
"Dentro de uma equipe, existem diferenças e os profissionais podem representar águias, macacos ou ratos, independentemente do nível
hierárquico", afirma Cruz.
Os três perfis
Confira as características dos três perfis, de acordo com o coach:
• Águia: representa 20% do quadro de funcionários.
É o profissional com alta performance, independente e visionário, cuja atuação no dia-a-dia se dá de forma estratégica, mesmo quando não ocupa um cargo de chefia.
Ele gosta de desafios e, ao enfrentá-los, costuma dar tiros certeiros. Também tem iniciativa e é adaptável. Como apresenta bons resultados, faz a
diferença na empresa.
A esse tipo de profissional, o líder deve fazer elogios e dar atenção às suas idéias, procurando estimulá-lo. É importante também dar a ele diversas opções, envolvendo-o na tomada de decisões, se quiser retê-lo;
• Rato: geralmente, é o perfil de 10% das pessoas da empresa.
É conhecido como puxa-saco, sendo também especialista em causar intrigas e
falar do trabalho alheio.
E o pior: na frente dos colegas agem de uma forma, mas, por trás, se transformam em outra pessoa. Apresenta resultados medíocres ou ruins.
Pode ser considerado uma laranja podre, porque tumultua a equipe;
• Macaco: trata-se da massa crítica de todas as empresas,
representando 70% dos funcionários.
Assim como esse animal é na natureza, ele é um ótimo imitador.
O problema é que ele pode imitar tanto a águia quanto o rato, pois costuma ter um modelo a seguir, que pode ser o chefe ou um colega.
Estamos falando do profissional que até tem potencial para ser águia, mas que ainda não é, porque precisa de orientação o tempo todo.
A ele, o líder sempre deve explicar o que precisa ser feito e qual caminho seguir.
Estamos sempre mudando
É importante frisar: as pessoas não são águias ou macacos, permanentemente.
Elas se transformam ao longo de suas carreiras e dependendo do lugar onde
trabalham, de acordo com Cruz.
"Às vezes, o rato é um profissional com perfil águia, mas que está na
empresa errada, por exemplo, em uma organização que estimula a
competitividade entre os funcionários.
Muitas pessoas se sentem frustradas e incomodadas com determinadas posições da empresa, mas, no lugar de tomar a atitude de mudar de emprego, passam a falar mal do chefe ou dos colegas", explica ele.
Outra observação: nem todos os profissionais em cargos de liderança são
águias. Existem muitos chefes macacos, com o perfil mais operacional e
voltado à execução de tarefas, e até mesmo ratos, que atuam de forma
destrutiva, jogando um funcionário contra o outro, fazendo joguinhos e
manipulando as pessoas.
Graças ao chefe rato, a equipe tem pouca motivação, o que ocasiona uma alta
rotatividade de funcionários e, conseqüentemente, a perda de tempo e
dinheiro por parte da empresa.
Os chefes águias, por sua vez, são os verdadeiros líderes, pois sabem estimular a equipe.
Como líder pode identificar os perfis
De acordo com o coach, é possível, para o líder, identificar os diferentes
perfis profissionais por meio de um sistema de gestão de desempenho objetivo
e claro, com metas definidas.
O que não pode, segundo ele, é ser parcial na hora de julgar o trabalho dos funcionários e os resultados obtidos por eles, misturando a opinião pessoal com a profissional. Para que a avaliação seja útil, deve ser justa e isenta.
Ele lembra que toda empresa precisa de funcionários macacos para funcionar,
no dia-a-dia, mas são as águias que fazem a empresa crescer, porque são
pessoas que gostam de mudanças e focadas em resultados.
"É importante que cada um reflita sobre que tipo de profissional deseja ser para sua empresa. Se quer fazer a diferença, ser um estrategista, ou um imitador. Quem tem o perfil rato, por sua vez, deve tomar a iniciativa para mudar", finaliza o coach.
Por Karin Sato - InfoMoney
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