quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A Filosofia de Sócrates no Mundo Corporativo

Tudo o que sei é que nada sei. Antes, saber que nada sabe, que pensar que sabe, sem nada saber. Aí consiste a minha sabedoria.” Sócrates – Filósofo Grego – Séc.V a.C.
Competitividade e gestão da informação são duas competências essenciais na vida corporativa. É preciso estar bem informado para ser mais competitivo e ter maior empregabilidade no mercado.
Informação é poder: uma realidade nas relações interpessoais modernas e que transforma jovens, e não tão jovens executivos, em vorazes buscadores da informação, muitas vezes, verdadeiros “dependentes desse consumo”.
Hoje, estar conectado nas mídias sociais não é só uma opção ou escolha, é uma necessidade.
Consequentemente, as pessoas estão mais bem informadas. Porém, isso não significa que estejam mais competentes!Afinal, entre a informação e o conhecimento existe um enorme abismo, assim como há uma distância significativa entre o conhecimento e a sabedoria.
A crescente complexidade do mercado, fruto do avanço tecnológico e da velocidade da inovação, faz com que as organizações precisem de líderes que sejam mais “sábios” e não apenas mais bem informados.
O líder precisa estar conectado à informação. Sem dúvida. Entretanto, é primordial que esteja conectado consigo mesmo. Em outras palavras, não basta recebermos a informação que vem de fora, é preciso também ouvirmos aquilo que está dentro de nós mesmos.
Sem essa conexão entre o que percebemos e aquilo que temos ou somos, as informações se tornam vazias, sem significado.
Tenho visto executivos gastarem muito tempo para colherem informações, transformá-las em gráficos e belas apresentações em Power Point e usarem tão pouco tempo para refletir sobre o que essas informações realmente significam. Qual o verdadeiro impacto disso sobre a vida das pessoas e da própria organização.
Tenho visto líderes usarem apenas dados matemáticos, gráficos e estatísticas para tomarem suas decisões, acreditando que essas informações, por si só, já os tornam sábios.
Líderes que não têm conseguido dar a dimensão humana à sua gestão porque se baseiam apenas naquilo que vêem e ouvem, sem darem atenção àquilo que sentem e, especialmente, àquilo que os outros sentem.
Pesquisas de opinião são ótimas ferramentas, mas não substituem o relacionamento com o cliente. Pesquisas de clima também são ótimas ferramentas, mas não substituem o diálogo franco, o feedback verdadeiro e o olho no olho com os colaboradores.
Estar bem informado é uma competência essencial, mas ser capaz de enxergar a relevância das informações requer algo a mais: o conhecimento.
Talvez alguns se perguntem: mas, o conhecimento não é fruto da informação? Sim, sem dúvida. Todavia não é uma conseqüência direta.
Para que uma informação se transforme em conhecimento é preciso levá-la para dentro de si mesmo, refletir sobre ela, degustá-la, avaliar seu valor e somá-la àquilo que já temos em nós mesmos.
E isso exige tempo. Um tempo de maturação da idéia. O tempo da diferença entre devorar e sentir o sabor.
Por isso, mais importante do que o volume de informações que temos é a qualidade das informações que processamos. Mais importante do que o tempo que usamos para buscar informação é aquele que reservamos para pensar, refletir sobre essa informação.
É fascinante perceber que essa caminhada para o conhecimento pode nos levar até algo infinitamente maior: A sabedoria e a sua capacidade de nos fazer enxergar os resultados, as pessoas, a organização, a comunidade e o mundo de forma integrada.
Sabedoria: fruto da informação e do conhecimento baseados na reflexão, alicerçados na humildade.
A doce humildade que nunca se confunde com a ignorância. Aquela doce humildade que nos conserva em um estado de eternos aprendizes.
De professos da verdade filosófica de Sócrates: “Tudo que sei, é que nada sei”.
Transformar informação em conhecimento e conhecimento em sabedoria, eis aí um bom desafio…

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